O presidente interino, Michel Temer, aprendeu a lição com a ex-colega de governo Dilma Rousseff: o Congresso não pode ser tratado a pontapés. Foi por não ter apoio que a presidente afastada enfrenta um processo de impeachment, com fortíssimas chances de não voltar para o Palácio do Planalto. E é por querer permanecer no comando que Temer faz de tudo para agradar. Aliados brincam que é quase um semiparlamentarismo.
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A aprovação do aumento do funcionalismo em plena crise econômica faz parte desta lógica. O presidente interino encaminhou aprovação porque: 1) Sabe que não tem popularidade para enfrentar uma greve de servidores; 2) Aproveitou para fazer um baita agrado ao Judiciário; 3) Não submeteu os deputados a uma queda de braço com os servidores. O problema é o alto preço da bondade. O governo argumenta que esse aumento está na conta do déficit de R$ 170 bilhões. E também nega que esteja criando 14 mil novos cargos. Pressionado pela reação dos mercados, que ficaram alarmados com a gastança prevista, o Ministério do Planejamento divulgou nota explicando que trata-se de um remanejamento de cargos e que os concursos estão congelados. Um remendo para o fato de que 14 projetos cheios de penduricalhos foram votados a toque de caixa.
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Delação
Na delação premiada com investigadores da operação Lava-Jato, o ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró afirmou que a ex-ministra e ex-senadora Ideli Salvatti recebia propina de um dos esquemas. Conforme relato de Cerveró, quando senadora, Ideli Salvatti pediu que ele ajudasse a empresa Dalçoquio – uma transportadora que trabalhava junto à BR Distribuidora. Cerveró disse ainda que Ideli recebia recursos assim como Delcídio Amaral e João Pizzolatti. A empresa Dalçoquio tem sede em Itajaí (SC), então base eleitoral da ex-senadora.
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Citados em delação, catarinenses rebatem declarações de ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró
Petroquímica
A delação premiada do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró tem acusações para todos os gostos. Segundo ele, a compra da petroquímica Ipiranga pela Petrobras teria resultado no desvio de US$ 2 bilhões para financiar a campanha à reeleição de Lula em 2006. Cerveró afirma que a Ipiranga era avaliada em US$ 2 bilhões, mas que o negócio foi fechado pelo dobro.
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