Carolina Bahia: “Mesmo afastado, Cunha continua com suas manobras”

Com ajuda da sua tradicional tropa de choque, o deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) manobra para tentar emplacar uma pena mais branda ainda no Conselho de Ética. Ele joga as últimas fichas para evitar a cassação do mandato. Para isso, colocou os seus cães de guarda em campo, entre eles o vice-presidente mais queimado da história da Câmara, Waldir Maranhão (PP-MA). O negócio de Cunha é impedir que o pedido de perda do mandato seja avaliado no plenário porque sabe que não vai se salvar. Mas, no conselho, ainda controla alguns deputados e espera contar com votos do PRB e do DEM para derrubar o relatório de Marcos Rogério (DEM-RO). Se isso de fato ocorrer, a Câmara perderá de vez os últimos resquícios de dignidade. Ouça o comentário:

SEM PERDÃO

Ex-ministro das Comunicações, o deputado André Figueiredo (PDT-CE) não admite acordo para salvar da expulsão do partido o senador que votar a favor do impeachment. O recado é para o senador Lasier Martins. Mas o PDT estaria disposto a encolher ao perder um senador?

– A gente não pode perder o que não tem – rebate o deputado.

ACOMODADOS

Deputados do PP gaúcho acreditam que definem até o final desta semana a indicação para a superintendência do Ministério da Agricultura no Estado. Em razão dos acordos no impeachment na Câmara, o partido ganhou a pasta de porteira fechada. Já o PSDB não pode mais fazer de conta que está apenas ajudando o governo. Além de três ministérios, agora está também com a liderança no Senado. É Temer até o pescoço.

HORA DA VERDADE

Em no máximo duas semanas, o governo encaminhará ao Congresso a PEC do chamado orçamento real, com a desvinculação das receitas da Saúde e da Educação. Ao deputado Darcísio Perondi (PMDB-RS) um integrante da equipe econômica garantiu que não haverá redução de verba para a saúde.

BONS VENTOS

A posse de Pedro Parente, hoje, como novo presidente da Petrobras funciona como um fôlego para o governo Temer, sufocado pelas quedas de ministros enrolados na Lava-Jato. Ao lado do ministro Henrique Meirelles (Fazenda), ele serve de avalista junto aos mercados.