Até senadores aliados da presidente afastada Dilma Rousseff concordam que ela perdeu o timing para o lançamento da chamada mensagem ao Senado e ao povo brasileiro. A essas alturas, uma carta não tem poder de virar votos. O processo de impeachment já avançou o que podia no parlamento e a situação da petista só piorou. A própria leitura, feita pela presidxente no Palácio da Alvorada, foi quase impessoal. O texto só não foi mais frio porque, ao se defender, ela voltou a lembrar que já enfrentou a tortura e não quer sofrer uma injustiça, que não tem contas no exterior e que não há registros em sua vida de desonestidade, covardia ou traição. Sem citar diretamente os seus algozes, mandou recados. É um documento que serve muito mais para contribuir para o discurso futuro do PT, fortalecendo a narrativa do que chamam de golpe. O que restou a Dilma, cada vez mais isolada, é apenas o ato político às vésperas da última votação. Ao terminar a leitura das quatro páginas, ela saiu da sala sem se despedir. Nem precisa.

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Até o fim

Cinco ex-ministros acompanharam com bastante atenção a leitura da carta da presidente. Jaques Wagner, Aloízio Mercadante, Miguel Rossetto, Ricardo Berzoini e Eleonora Menicucci permaneceram o tempo todo ao lado de Dilma.

Nada a perder

De um assessor sobre a possibilidade de Dilma ir ao Senado fazer a própria defesa:

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Ela só não vai se não deixarem. E tudo indica que será no dia 29 de agosto.

Senadores e ex-ministros defendem a presença dela no plenário. O temor, no entanto, são as eventuais perguntas de senadores.

Privilégios

O STJ negou por unanimidade recurso da Associação de Magistrados Catarinenses que pedia a liberação do pagamento duplo de auxílio-moradia para casais de juízes. Os ministros disseram não ver motivo para reverter decisão do Tribunal de Justiça de SC, que já havia suspendido o benefício somado.

Morando longe

Quem anda sumida da capital federal é a ex-ministra Ideli Salvatti. Amiga próxima da presidente Dilma, poderia estar ao lado dos colegas que continuam no Alvorada.