É compactuar com a corrupção salvar da perda do mandato um deputado com a biografia de Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Ele foi denunciado no STF sob acusação de usar contas na Suíça para receber propina da Petrobras. Então, qual é a dúvida de que ele mentiu aos seus pares quando disse que não tinha tais contas? Embora ainda existam deputados dispostos a salvar a pele de seu líder (sabe-se lá por qual motivo), não há lógica na proposta de uma pena mais leve. Ontem, aliados de Cunha passaram o dia tentando emplacar a ideia de que, se ele renunciar à presidência da Câmara, a famosa Tia Eron (PRB-BA) poderá votar tranquilamente contra a cassação. A manobra asseguraria a Cunha o mandato e, por consequência, o foro privilegiado. Ele também continuaria dando as cartas e, certamente, escolheria o próximo presidente da Casa. O Ministério Público e o Supremo estão em campo, dando respostas. Já os deputados ainda podem livrar a Câmara do maior vexame dos últimos tempos. Ouça o comentário:

Continua depois da publicidade

EM COMUM

Uma aliança improvável se formou a favor da cassação de Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Integrantes da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), como Maria do Rosário (PT-RS), Marcos Rogério(DEM-RO), Alessandro Molon (Rede-RJ) e Roberto Freire (PPS-SP) traçam estratégia para derrubar mais uma manobra de Cunha, agora na CCJ.

GANHANDO TEMPO

Centrais sindicais exigiram da Casa Civil transparência total nas contas da Previdência para avançar na reforma. Das isenções à previdência rural, a caixa-preta terá de ser aberta. Aliás, a Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag) foi convidada, mas preferiu não participar das conversas. Deveria repensar a estratégia.

Continua depois da publicidade

QUENTINHA

Com os cortes nos repasses para alimentação no Palácio da Alvorada, alguns assessores da presidente afastada Dilma Rousseff têm saído no intervalo para almoçar nas redondezas. Não há comida para todos.

FARRA

A Casa Civil resolveu fazer um balanço nos pedidos e nas liberações de quarentenas sob a responsabilidade da Comissão de Ética da Presidência. Há suspeita de exageros, com o benefício concedido para quem foi nomeado dias antes do impeachment.