A Operação Lava-Jato chega à fase mais difícil das investigações e não pode perder a mão. Depois de desvendar a participação de doleiros, executivos da Petrobras e empresários, o Ministério Público e a Polícia Federal passam para o nível em que os políticos e os partidos são os principais alvos. E o grande assunto é o financiamento de campanha. Não à toa, o símbolo deste momento é o ex-presidente Lula e a decisão do juiz Sérgio Moro de aceitar a denúncia.
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Qualquer passo questionável da equipe de Curitiba pode se transformar em prejuízo. Por isso o Moro voltou atrás da decisão da prisão do ex-ministro da Fazenda Guido Mantega, que acompanhava a mulher no hospital. De uma hora para outra, essa situação ganhou mais relevância do que a acusação de uso de propina para cobrir dívida de campanha. Esses ruídos precisam ser evitados em um processo que, daqui para frente, será cada vez mais politizado pelo PT e seus aliados. A narrativa do golpe e da perseguição se estende para as investigações tanto da Lava-Jato quanto da Acrônimo. Essa última é uma operação que investiga irregularidades de campanha, envolvendo o governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel. Petista e amigo de Dilma, de frequentar o Palácio da Alvorada de “camiseta e chinelo”, Pimentel é suspeito de ter recebido R$ 3 milhões da OAS para a campanha ao governo de Minas. A contrapartida seria uma ajuda junto ao governo do Uruguai para que a empreiteira assumisse uma obra naquele país. Uma mini-Lava-Jato.

Enquanto o cerco se fecha contra o PT, há outros partidos na mira. O foro especial, no entanto, assegura a poderosos personagens do PMDB, por exemplo, um fôlego maior. Para a Lava-Jato não perder a mão, também esses processos que dependem do STF e da Procuradoria Geral da República precisam andar.
Ensino médio
Dentro do próprio governo Temer há quem duvide que a reforma do ensino médio estará totalmente implantada em 2018, como previsto inicialmente. A confusão envolvendo as disciplinas obrigatórias é apenas o começo da polêmica.
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Delação
O acordo de delação premiada de Marcelo Odebrecht deve ser fechado em outubro. Essa é a nova previsão dos envolvidos no caso. Complicada, polêmica e explosiva, essa é a delação mais esperada da Lava-Jato.

Do lar
Marcela Temer não deve ocupar um gabinete no Planalto. A ideia é que ela organize um escritório no Palácio do Jaburu e, de lá, participe como embaixadora do programa Criança Feliz, do Ministério do Desenvolvimento Social.