A retomada do julgamento da chapa Dilma-Temer no dia 6 de junho significa apenas um passo do processo. Nada além disso, porque um ministro vai pedir vista e a análise do caso ainda vai se estender por muito tempo. Essa solicitação de mais tempo para estudo do processo é considerada certa por advogados acostumados com o TSE e comum em casos desta magnitude. Vale lembrar que o Ministério Público Eleitoral pediu a cassação da chapa, com inelegibilidade de Dilma por oito anos. E o relator do caso, ministro Herman Benjamin, concluiu o relatório levando em conta os depoimentos prestados pelo ex-ministro Guido Mantega e pelos marqueteiros João Santana e Mônica Moura. Neste último ano, os dois contaram que houve uso de caixa 2 na campanha e pagamento irregular no Exterior. Neste cenário, em que a ex-presidente Dilma está fragilizada pelos depoimentos de marqueteiros até então de confiança, a defesa de Michel Temer aposta que a tese da divisão da chapa poderá prosperar.
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REFORMA CARA
Está saindo cara a reforma da Previdência. Para garantir o apoio da Confederação Nacional dos Municípios – e os aplausos dos prefeitos – o presidente Temer assinou a MP da renegociação das dívidas com o INSS. Mas a decisão não é unanime. A Associação Brasileira de Municípios considera a medida paliativa e quer o parcelamento em 240 meses e não em 200. Já na Câmara, deputados se esforçam para aprovar um Refis – para renegociação de dívidas de impostos de pessoas físicas e jurídicas. Técnicos do Ministério da Fazenda já estão em pânico.
SINTONIA
Em reunião de tucanos com o presidente Temer, o senador Ricardo Ferraço (ES) se comprometeu em não alterar o texto da reforma trabalhista. Relator em duas comissões sobre o tema, ele deve entregar as conclusões no próximo dia 23, com a recomendação de ajustes em uma Medida Provisória. Um dos assuntos é a garantia de que gestantes não trabalhem em local insalubre.
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PARA AJUDAR
O líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), emplacou o novo presidente da Comissão Mista de Orçamento. Considerado independente, o senador Dario Berger (PMDB-SC) vai assumir um cargo estratégico. Dario votou contra o teto de gastos, mas já avisou que votará a favor das reformas da previdência e trabalhista.
— Sou independente, mas estou disposto a ajudar o governo — esclarece o senador.