Henrique Meirelles deve chamar os governadores para uma primeira conversa geral sobre a renegociação da dívida na próxima semana. Existe uma sinalização para os secretários de Fazenda, que se preparam para retomar as negociações. Ao contrário do que houve no governo Dilma, a equipe econômica não pretende empurrar um prato feito. Tudo indica que há disposição para o diálogo, o que já é uma boa notícia.
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O novo ministro da Fazenda afirmou, em sua primeira manifestação, que vai cumprir a orientação do STF, para que Estados e União entrem em um acordo. Há 15 dias, em São Paulo, ele teve uma reunião com o governador Raimundo Colombo (SC). Meirelles queria entender o impasse e por que o assunto foi parar na Justiça. Mas fez uma ressalva: qualquer acordo precisa ser equilibrado, que não prejudique ainda mais as contas federais. Uma equação quase impossível.
Em seu discurso de apresentação, Temer falou em pacto federativo. Em tempos de crise para todos os lados, é difícil de acreditar que a União possa promover alguma mudança profunda na divisão dos tributos. A crise econômica revelou a irresponsabilidade fiscal dos governos. Chegam a uma situação insustentável porque deixaram a máquina crescer acima da arrecadação, não promoveram reformas impopulares como a da Previdência. Todos sabem disso. Mas Meirelles também sabe o quanto seria politicamente interessante ter o apoio dos governadores, resolver o impasse no Judiciário e ainda dar um fôlego para a economia dos Estados. Qual seria a saída milagrosa? Difícil saber. O novo ministro, no entanto, tem credibilidade e experiência suficientes para reabrir a mesa de negociações, e com a obrigação de ser bem mais transparente do que a equipe anterior.
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