As ruas podem reclamar, as urnas mandam recados, mas a Câmara não abandona velhos hábitos, em especial o empenho na hora de salvar a própria pele. É o que começa a ocorrer na Comissão Especial da Reforma Política, onde o presidente, Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA), anuncia a possibilidade de debater o caixa 2. Dentro da proposta de criminalizar a verba não contabilizada de campanha, um grupo de deputados quer garantir a anistia para quem praticou a irregularidade no passado.

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A alegação é que a lei não poderá retroagir. A preocupação tem um motivo óbvio: as delações de grandes empreiteiras, como a Odebrecht, que devem indicar o repasse irregular para diferentes partidos e lideranças políticas. O assunto, no entanto, já está sendo tratado pela Comissão das 10 Medidas Contra a Corrupção. Relator, o deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS) afirma que o caixa 2 será criminalizado, atingindo também quem cometeu o crime no passado. A comissão da Reforma Política tem que passar a cuidar de assuntos de interesse público e não em buscar uma vacina contra as investigações.

Em Curitiba

O deputado Onyx Lorenzoni desembarca amanhã em Curitiba para reunião com integrantes da Lava-Jato. Serão discutidas as linhas gerais do relatório, que já está em 18 medidas contra a corrupção. Onyx desistiu de estabelecer penas diferentes para o caixa 2, independentemente da origem do dinheiro.

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Alívio

Levantamento da Confederação Nacional dos Municípios (CNM) mostra que os prefeitos também têm a comemorar com o resultado da repatriação. Por meio do Fundo de Participação, serão distribuídos R$ 5,7 bilhões. O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), defende que uma nova rodada da repatriação seja aberta, garantindo arrecadação também em 2017.

De volta

Prefeito eleito de Balneário Camboriu, Fabrício Oliveira (PSB) circulava ontem pelo café da Câmara. O plenário estava praticamente vazio, mas Fabrício explicou que está em Brasília com o objetivo de tentar recursos federais para o hospital municipal. Ele, inclusive, passará o feriado na capital. Pelos corredores do Congresso, o prefeito ficou conhecido como papagaio de pirata do impeachment.