Desafiado a garantir que o ajuste fiscal não vai ficar só no discurso, o presidente interino, Michel Temer, finalmente mandou seus ministros avisarem que haverá um freio no aumento salarial para servidores públicos. Isso serve, em especial, para o topo da pirâmide, como é o caso dos ministros do STF. Embora irresponsável, a proposta que eleva o teto do funcionalismo está pronta para ser votada no Senado. O efeito cascata seria insuportável para Estados e municípios.
Continua depois da publicidade
Em um país com alto nível de desemprego e falta de recursos para investir no básico como saúde e educação, ministros do STF – e demais beneficiados – podem muito bem ficar sem um reajuste salarial. Aliás, é uma vergonha que essa proposta tenha sido encaminhada ao Congresso neste momento da economia. O problema todo é que, como disse o ministro Geddel Vieira Lima (Secretaria de Governo), “está na hora de segurar a questão”. Quer dizer que a proposta permanecerá apenas em banho-maria, como uma bomba-relógio. As corporações continuarão pressionando.
Provocação
Diante das críticas do senador José Aníbal (PSDB-SP) sobre a demora do governo Temer na questão do ajuste, governistas gostam de lembrar uma frase atribuída a Ulysses Guimarães:
– Suplente não fala, só geme.
Continua depois da publicidade
Aníbal é suplente de José Serra, ministro das Relações Exteriores.
Perdidinhos
Quem faz uma breve consulta a deputados sobre o projeto da renegociação da dívida dos Estados com a União chega a uma assustadora conclusão: pouquíssimos sabem no que estão votando e os efeitos da medida para os Estados e a União. Na maioria das vezes, se limitam a repetir o discurso básico da oposição ou do governo.
Não é comigo
Foi no final da reunião de líderes dos partidos que o deputado Alessandro Molon (Rede-RJ) apresentou a ideia de antecipar a votação da cassação de Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Além da Rede, PSol, PDT, PCdoB, PT e PSB assinaram o documento. Os outros líderes desconversaram.
#Ficaadica
Investidores japoneses só estariam dispostos a participarem dos leilões de concessões no Brasil se os projetos fossem mais detalhados. Como as propostas são apresentadas atualmente, eles avaliam que é difícil dimensionar o risco.