Porta-voz dos Estados do Sul no encontro dos governadores com a presidente Dilma, Raimundo Colombo é o único da região que não enfrenta uma grave crise financeira. Tanto Rio Grande do Sul quanto Paraná passam por um aperto nas contas e tensão junto ao funcionalismo público. Na reunião com Dilma, Estados sem recursos nem mesmo para pagar os salários dos servidores chegaram com a intenção de receber algum socorro. A presidente, em troca, precisa é de apoio político.

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Com as contas em dia e oficialmente governista, Colombo é o símbolo do aliado que a presidente Dilma precisa: não está de chapéu na mão, tem credibilidade junto aos demais governadores e integra um importante partido da base de apoio, o PSD. É bem verdade que durante a campanha ele não se esforçou na defesa da bandeira dilmista. Mas, agora, sempre que pode, reconhece que tem uma dívida de gratidão com a presidente em razão dos investimentos em infraestrutura.

A reunião com o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, na noite de quarta-feira, já é um indicativo de que o Planalto também quer agradá-lo. Ao lado do governador do Rio Grande do Sul, José Ivo Sartori, apresentou demandas em nome da região e encaminhou um assunto de interesse nacional, o fim da guerra fiscal por meio do projeto que muda o ICMS.

Aliás, esse foi o tema da fala do governador durante a reunião. Nada contra as mudanças nas regras do ICMS para combater a guerra fiscal. A ideia é ótima. Mas é fundamental que a União assegure a criação de um fundo para ressarcir as perdas dos Estados prejudicados. Não um fundo como a Lei Kandir, que ninguém respeita, mas um que funcione mesmo, dentro de um cronograma de repasses.

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Quando decidiu fazer a reunião, Dilma ligou diretamente para Colombo, buscando o respaldo político que tanto precisa. Outros governadores aliados também assumirão daqui para a frente essa missão inglória de tentar defender uma presidente que está com a popularidade em queda livre. Em razão da insegurança do quadro políticos, os governadores, de maneira geral, saíram do encontro como entraram: sem recursos para os seus Estados e cheios de dúvidas.