O que segura Michel Temerr no exercício da Presidência da República – pelo menos, por enquanto – é a falta de alternativa de curto prazo para o comando do país. É fato que a presidente afastada Dilma Rousseff e seus aliados estão em campanha para derrubar o impeachment no Senado, mas esse mesmo grupo reconhece que ela não tem condições de governabilidade. A prova é o apoio à tese de realização de eleições presidenciais ainda neste ano, sem se dar conta que isso fragiliza a defesa de Dilma. Junto, petistas acenam com a volta da matriz econômica que provocou o caos nas finanças públicas. Quem, além da militância, se empolga com tal proposta?

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Neste ritmo, Temer vai ficando. O presidente interino tem dois trunfos: a credibilidade do ministro Henrique Meirelles (Fazenda) e sua equipe afinada, e as boas relações com o Congresso. É o que os aliados do Planalto chamam, com orgulho, de semiparlamentarismo, que vem ajudando o peemedebista a aprovar projetos na Câmara. O grande problema de Temer é a Lava-Jato. Assim como os escândalos de corrupção derrubaram petistas em série, agora atingem a cúpula do PMDB.

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A delação devastadora do ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado colocou Temer no balaio dos suspeitos. Ele nega, Machado insiste, e os ministros vão caindo. O interino, portanto, corre contra o tempo para viabilizar ações da área econômica e para anunciar medidas concretas que possam reverter o clima político. Precisa continuar contando com o apoio do empresariado, que enxerga em Meirelles a esperança de retomada. A ordem, também, é não cair na tentação de falar mal da Lava-Jato. Além disso, o escândalo é tão amplo, pega tantos e variados partidos, que a grande questão em Brasília é o que revelará a próxima delação premiada.

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