A escolha do novo ministro da Justiça toma conta das bancadas no Congresso, mas é difícil encontrar alguém realmente preocupado em resolver a onda de violência que toma conta do país. Embora seja um cargo estratégico, em um momento de rebeliões em presídios e greves de polícias, a pasta corre o risco de entrar na vala comum da divisão de poderes entre os aliados.

Continua depois da publicidade

O PMDB exige mais ministérios, mas as bancadas da Câmara e do Senado não têm um nome à altura do posto e da crise no setor. No Senado, poderosos do partido, como Renan Calheiros (AL) e Romero Jucá (RR), estão mergulhados até o pescoço na Lava-Jato. Renan – ministro da Justiça do governo Collor – chega a desdenhar:

– O único cargo que tenho o hábito de repetir é a presidência do Senado!

Nos bastidores, ele articula para assegurar na vaga deixada por Alexandre de Moraes alguém de sua confiança. Os enrolados com a Lava-Jato ainda têm a ilusão de controlar a operação, já que o MJ chefia a Polícia Federal. Tudo isso está na mesa de negociações. Só não se fala em priorizar ações para resgatar a segurança da população.

Continua depois da publicidade