A presidente afastada, Dilma Rousseff, acertou ao tomar a decisão de ir ao Senado apresentar a própria defesa, ou para se despedir. Em meio a tantos tropeços políticos que cometeu antes e depois da aprovação do processo na Câmara, enfrentar os senadores foi a melhor maneira de defender a biografia e de tratar esse momento histórico com a solenidade que ele merece. Um presidente da República – mesmo afastado – não tem o direito de se esconder. Tem satisfações a prestar à população. Errou Michel Temer, por exemplo, quando não encarou de frente prováveis vaias no encerramento da Olimpíada. E errou Dilma, quando escolheu ficar confinada no Alvorada, aparecendo em eventos em que a claque era combinada. Hoje, ela apelará para um discurso mais emocional. Embora praticamente abandonada, chegará na companhia de ex-ministros, presidentes de partidos aliados e do ex-presidente Lula. Faz parte do show. Ontem à tarde contou com a ajuda dos ex-ministros petistas Jaques Wagner e José Eduardo Cardozo para os últimos ajustes no texto. Em razão da crise econômica, dos escândalos da Lava-Jato e de uma incrível incapacidade política, Dilma se despede. A primeira mulher eleita presidente da República, afilhada de Lula, a mãe do PAC, se prepara para sair de cena.
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- Por que Kátia?
- O senador Paulo Paim (PT-RS) abriu mão de ser o primeiro a abrir a sessão de perguntas à presidente Dilma, por uma questão estratégica. A missão ficará com a senadora Kátia Abreu (PMDB-TO), uma das mais fervorosas defensoras da presidente. Ex-ministra da Agricultura, ela vai falar dos investimentos no campo e no meio empresarial.
— O mais importante Kátia, é que você é coerente e não é traíra — disse Paim à senadora, ao ceder o lugar.
Torcida organizada
Se depender apenas da vontade do senador Paulo Bauer (PSDB-SC) — próximo líder da bancada tucana — os favoráveis ao impeachment não levarão convidados na sessão de hoje. Alguns espaços, no entanto, foram reservados a integrantes do Movimento Vem pra Rua.
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Enquanto isso…
Eduardo Cunha pressiona líderes de partidos na Câmara para que não garantam quórum no dia 12 de setembro, data marcada para a votação da cassação. É jogo pesado.
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