As ruas podem reclamar, as urnas mandam recados, mas a Câmara não abandona velhos hábitos, em especial o empenho na hora de salvar a própria pele. É o que começa a ocorrer na Comissão Especial da Reforma Política, onde o presidente, Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA, na foto) anuncia a possibilidade de debater o caixa 2 de campanha. Dentro da proposta de criminalizar a verba não contabilizada de campanha, um grupo de deputados quer garantir a anistia para quem praticou a irregularidade no passado. A alegação é que a lei não poderá retroagir. A preocupação tem um motivo óbvio: as delações de grandes empreiteiras, como a Odebrecht, que devem indicar o repasse irregular para diferentes partidos e lideranças políticas. O assunto, no entanto, já está sendo tratado pela Comissão das 10 Medidas Contra a Corrupção. Relator, o deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS) afirma que o caixa 2 será criminalizado, atingindo também quem cometeu o crime no passado. A comissão da Reforma Política tem que passar a cuidar de assuntos de interesse público e não em buscar uma vacina contra as investigações.

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