A delação de João Santana e Mônica Moura é uma das mais importantes peças do quebra-cabeça da Lava-Jato. As informações não são surpreendentes, mas se encaixam e completam os dados repassados pelos ex-executivos da Odebrecht e outros colaboradores da Justiça. Os ex-presidentes Dilma e Lula sabiam que havia pagamento de caixa 2 de campanha, afirma o marqueteiro.

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Tem lógica. Ao contrário do que disse Lula ao juiz Sergio Moro, ele é o comandante máximo do PT, portanto, é difícil que operações envolvendo volumes tão altos de recursos não tivessem o conhecimento dele. Ao contar que o ex-ministro Antonio Palocci era o principal articulador, o marqueteiro ainda lembrou que a palavra final dependia do ex-presidente. E Dilma? Todos em Brasília sempre souberam o quanto ela era centralizadora, como desconheceria um acordo tão estratégico?

O julgamento da chapa Dilma/Temer deve ser retomado no final deste mês, com o complemento de João Santana. Neste caso, o marqueteiro disse ao TSE que Michel Temer também se beneficiou do recurso não contabilizado de campanha, porque participou de alguns programas eleitorais. O dinheiro era tanto que até o cabelereiro badalado de Dilma, Celso Kamura, era pago pelo casal. A ex-presidente nega.

REDENÇÃO

A situação de Dilma Rousseff dentro do PT é melhor agora do que há um ano, quando ela deixava o Palácio do Planalto em razão do impeachment. No dia 12 de maio de 2016, senadores e deputados do partido estavam desanimados e atribuíam à ex-presidente os erros políticos do governo.

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PENDURADO

Michel Temer completa um ano de governo fazendo o diabo para conseguir emplacar a reforma da previdência na Câmara. A maioria no Congresso se mostra gelatinosa diante da pressão do eleitorado. A bancada ruralista, por exemplo, está contando com uma nova flexibilização no texto, beneficiando o trabalhador rural. Negociações existem.

É TENDÊNCIA

De olho nas eleições em 2018, o deputado Mauro Mariani (PMDB) não garante voto à reforma da previdência. Essa é uma resposta aos líderes do partido que defendem que o PMDB feche questão sobre o assunto. No Planalto, a ideia é que a bancada peemedebista, legenda do presidente Temer, precisa dar o exemplo.