Eduardo Cunha (PMDB) não precisa de uma delação premiada para tocar o terror. Em entrevista ao jornal O Estado de São Paulo, ele acusou um dos homens de confiança do presidente Michel Temer (PMDB) de envolvimento com as irregularidades no Porto Maravilha. Moreira Franco teria, segundo Cunha, participado da operação. Neste mesmo caso, o ex-presidente da Câmara é suspeito de cobrar propina de uma empreiteira em troca da liberação de verba do Fundo de Investimentos do FGTS para o porto.

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Se Moreira tem ou não tem culpa, o tempo revelará. Enquanto isso, Cunha aproveitará entrevistas e os depoimentos que prestará à Justiça de Curitiba para plantar o que considera conveniente contra os seus desafetos. Moreira é secretário do programa de concessões, mas está prestes a ser transformado em ministro. Se as afirmações de Cunha chegarem ao juiz Sérgio Moro, as investigações poderão ser ampliadas? E será que ele tem provas das acusações que começa a espalhar? Quem seria o próximo alvo? Fica claro que a Lava-Jato está longe de acabar.

Junto e misturado

Como está para sair a decisão do juiz Moro sobre Lula, movimentos ligados ao PT agilizam o contra-ataque. Ato da Central Única dos Trabalhadores (CUT) chamado “Nenhum Direito a Menos”, marcado para a próxima quinta-feira, vai virar uma mobilização de apoio ao ex-presidente. O protesto vai misturar a pauta das reformas com críticas às denúncias de corrupção que atingem o líder petista.

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Quem sabe

A cúpula da Polícia Federal e investigadores da Operação Lava-Jato serão ouvidos pela comissão que avalia as 10 Medidas contra a Corrupção. Ainda no início de outubro, o diretor da Polícia Federal, Leandro Daiello, e o delegado Igor de Paula estarão na Câmara. Parece mentira, mas ainda existe deputado pensando em perguntar sobre mudanças na delação premiada.

Pressa

A PEC do Teto de Gastos já tem data para ser votada na comissão especial da Câmara: 6 de outubro. A equipe do ministro Henrique Meirelles (Fazenda) está em regime de plantão, prestando esclarecimentos aos deputados. A missão é detalhar a fórmula que pretende corrigir o orçamento da União apenas pela inflação do ano anterior.