Enquanto o ministro Eliseu Padilha (Casa Civil) afirma que Antonio Imbassahy (PSDB-BA) fica na Secretaria de Governo até a votação da reforma da Previdência, o Centrão continua trabalhando para derrubá-lo. Ele só não foi substituído pelo deputado Carlos Marun (PMDB-MS) porque a bancada do PSDB na Câmara o socorreu, ameaçando retirar os votos a favor da reforma da Previdência. Alvo de um ataque especulativo, Marun virou a Viúva Porcina da bancada: aquele que foi sem nunca ter sido. Fritado pelos próprios companheiros de partido, saiu da lista de prioridades. Em nome do Centrão, agora, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), tenta emplacar mais um afilhado na Esplanada.

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O preferido de Maia é Roberto Brandt, ex-PFL e PSD, um nome que agradaria também o grupo do ministro Gilberto Kassab (Comunicações). Mas o PMDB não desistiu de assumir a articulação política do Planalto junto ao comércio. Nessa empreitada, o líder Baleia Rossi (SP) conta com o apoio de ministros do partido para buscar outra indicação.

– Tudo tem que ser feito com muita calma. Não podemos perder os 30 votos do PSDB a favor da reforma – reconheceu à coluna o deputado Beto Mansur (PRB-SP), responsável pelos mapas de votação.

O curioso em todo esse processo é que Imbassahy permaneça agarrado ao cargo. Desgastado junto à Câmara, ele já é considerado um ex-ministro por boa parte dos aliados do governo.

Kátia e o PDT

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Expulsa pelo Conselho de Ética do PMDB após ataques a Temer e à legenda, a senadora Kátia Abreu afirmou nas redes sociais que não tem um partido em vista, por enquanto. Lideranças do PDT revelam que ela vem conversando há algum tempo com o presidente nacional do partido, Carlos Lupi. Pedetistas gostariam de contar com a senadora como candidata ao governo de Tocantins. O PDT trabalha para ter candidatos no maior número possível de Estados, assegurando palanque para Ciro Gomes, que se mantém na disputa à Presidência da República. Parlamentares do PT, do PCdoB e a ex-presidente Dilma manifestaram solidariedade à senadora.

FRASE

“O foro privilegiado acabou, como se viu em sucessivas votações unânimes no CN e no STF. É só uma questão de tempo para que seja banido do Ordenamento Jurídico. Se alguém contava com este “instrumento” para encobrir desvios de conduta, talvez deva reavaliar seus projetos”

Juiz Marcelo Bretas, responsável pela Lava-Jato no Rio, nas redes sociais