Réu em dois processos, o ex-presidente Lula está cada vez mais fragilizado. O plano de ser candidato à presidência da República em 2018 fica engavetado e a atuação dele nas eleições municipais, contaminada pelas pendências judiciais. Somente nesta semana ele tem três compromissos marcados em diferentes cidades do Nordeste. O PT já organizou uma reação junto aos movimentos sociais e às bancadas no Congresso. Mas bravatas contra o estilo dos investigadores e a tentativa de desqualificar o juiz Sérgio Moro não terão efeito sobre o processo.

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A grande questão em jogo são as relações do ex-presidente com as grandes empreiteiras. Afinal, o apartamento do Guarujá esteve ou não envolvido em um esquemão? Quem ganha presentes de empresas sem dar nada em troca? Ao acolher a denúncia do Ministério Público Federal, o próprio Moro fez questão de esclarecer que nesta fase não cabe um exame aprofundado das provas, o que será feito daqui por diante. Emissários de Lula, de dentro e de fora do PT, já começaram uma campanha para tentar salvar a reputação do ex-presidente.

Bateu no teto

Já considerado o grande sobrevivente da Lava-Jato, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), virou porta-voz dos políticos que querem um limite para as investigações. As críticas e o pedido para que as investigações separem o joio do trigo servem tanto de apoio a Lula quanto ao senador Romero Jucá (PMDB-RR).

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Abacaxi

Deputados mais experientes recusaram o convite de assumir a relatoria da proposta de anistia da caixa 2 de campanha. O relator da comissão das 10 Medidas Contra a Corrupção Onyx Lorenzoni (DEM-RS) foi sondado, mas negou assim que entendeu o teor da armação. A missão ficou com Aelton de Freitas (PR-MG):

– E ele aceitou só porque mandaram – acusou um colega do partido.

Outra fase

Livre da quarentena, o ex-ministro da Advocacia Geral da União, Luís Inácio Adams, já assumiu as funções no escritório de advocacia associado à banca americana Mayer Brown. A festa de inauguração foi ecumênica: contou com a presença, por exemplo, do ex-ministro e colega José Eduardo Cardozo, do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, e do senador Edison Lobão (PMDB-MA).