O país está a um passo de dois vergonhosos retrocessos na política brasileira: a volta do financiamento privado de campanha e a anistia para quem praticou caixa 2. Lideranças dos maiores partidos da Câmara vêm conversando a respeito dos dois assuntos e vão insistir no debate, logo após as eleições. Diante do risco da criminalização do caixa 2 e da delação premiada da Odebrecht, até adversários estão unidos para garantir o perdão ao famoso “por fora”. Já a volta da participação das empresas é um clamor de quem sente falta de dinheiro à vontade na eleição municipal. A lei atual não é perfeita nem coíbe irregularidades, mas assegura uma campanha com ruas mais limpas, menos desperdício e mais critério nos gastos. Então, por que voltar atrás? Por que os candidatos não podem fazer campanhas de baixo custo? Olho vivo, portanto, nos movimentos do Congresso neste final de ano.

Continua depois da publicidade

Lambança

De Nova York, o presidente Michel Temer precisou se manifestar sobre a lambança da tentativa de anistiar o caixa 2. Negou apoio à medida – patrocinada pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) – e confessou surpresa com a manifestação do ministro Geddel Vieira Lima (Secretaria de Governo) a favor da medida. Com aliados assim, Temer não precisa de inimigos.

(Foto: Drew Angerer / AFP)

Limites

Líder do PSDB, o senador Paulo Bauer é a favor de medidas ainda mais restritivas sobre os recursos para campanha eleitoral. Defensor do financiamento público, Bauer não acredita que a volta da participação da pessoa jurídica possa prosperar no Congresso.

Continua depois da publicidade

(Foto: Ana Volpe / Agência Senado)