Enquanto a base de apoio do governo Dilma se desmancha, resta ao Planalto caçar votos no varejo e tentar ampliar o barulho das ruas. Petistas caçadores de indecisos circulavam ontem pelo plenário com mapas nas mãos, na tentativa de convencer colegas em cima do muro de que a vantagem da oposição não é tão larga:

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– Nem eles têm os 342 votos necessários, nem nós temos os 172 – reconhece o deputado Pepe Vargas (PT-RS), um dos caça-indecisos.

Por arrogância ou excesso de confiança, demorou a cair a ficha dos governistas para o ¿efeito manada¿. Quando o PP e o PRB anunciaram o desembarque, já era de se esperar que o PSD seguisse pelo mesmo caminho. Afinal, o ministro Gilberto Kassab (Cidades) jamais foi um exemplo de fidelidade. Há semanas ele vem conversando com o vice, Michel Temer. Pressionado pelos deputados, não segurou a bancada. O indeciso olha para esse cenário e avalia para que lado vale a pena cair, onde haverá mais vantagem. Ou quem oferece mais vantagem. Ouça o comentário:

NA

VITRINE

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O Planalto aposta também na ampliação da exposição de seus ministros e da própria presidente Dilma para animar a pressão popular. Além dos eventos no Planalto e de entrevistas, vale também um carinho especial nos movimentos sociais. Ontem à noite, o ministro Miguel Rossetto (Trabalho e Previdência) foi visitar o acampamento dos sem-terra em Brasília.

CALMA AÍ

Na cúpula do PMDB, a ideia é de que não há necessidade de fechar questão a favor do impeachment porque o apoio chegará a cerca de 90%. Como o vice-presidente busca a chamada unidade, não tem a intenção de pesar a mão sem necessidade.