Cada vez mais pressionado, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), trabalha com planos alternativos de sobrevivência.
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Ele pretende adiar ao máximo o processo no Conselho de Ética, usando uma tropa de choque formada por bufões, que não hesitam em transformar o plenário em circo. É o que veremos hoje, em mais uma sessão do Conselho, em que o presidente José Carlos Araújo (PSD-BA) tentará colocar em votação a abertura do processo contra Cunha. Se o novo relator conseguir apresentar as conclusões, haverá alguém para atrapalhar a sessão. Mesmo sem legitimidade – em razão das acusações de corrupção -, Cunha entrará 2016 à frente da presidência da Câmara. Mas não conseguirá esticar essa situação eternamente. Por isso, negocia com a oposição – inclusive dentro do PMDB – o seguinte plano: se tudo der errado, ele se afasta da presidência da Casa, com apoio para manter o mandato e, em troca, vai assegurar votos para a escolha de seu sucessor. Se essa articulação vingar, Cunha continuará mandando nos bastidores até que a Justiça tome providências.
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RASTREAMENTO
A Casa Civil está consultando ministros sobre cargos ocupados por afilhados de deputados com tendências pró-impeachment. Na bancada gaúcha tem lideranças políticas nesta situação e com indicados espalhados pela Esplanada.
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DONO DA BOLA
O destino da presidente Dilma Rousseff está cada vez mais nas mãos do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). A Advocacia Geral da União vai se empenhar na defesa da tese de que a instalação do processo de impeachment pode ser derrubada pelos senadores.
REFORÇO
A equipe do procurador-geral da Republica Rodrigo Janot vai aumentar no próximo ano. Dedicado aos membros políticos da operação Lava-Jato, o grupo vai ganhar novos procuradores para as investigações.