A apresentação da defesa da presidente afastada, Dilma Rousseff, prevista para hoje na Comissão Especial do impeachment, será mais do mesmo. Há quase dois meses, o ex-ministro da Justiça e advogado de Dilma, José Eduardo Cardozo, vem repetindo a tese da defesa, que tem como ponto central as pedaladas e a liberação de créditos suplementares. Cardozo vem negando que a presidente tenha cometido irregularidades, mesmo consciente de que o julgamento carrega um forte componente político. Além de provar que pedalada não é crime, precisa convencer os senadores a não votarem pelo chamado conjunto da obra. Isso em meio a pior crise de credibilidade que o PT poderia enfrentar, com seus tesoureiros atrás das grades. Se a própria Dilma não tem condições de ir ao Senado para se defender, como poderá voltar a comandar o país? Se não tem condições de enfrentar os senadores e apresentar os seus argumentos, temendo desgaste, que relação poderá ter com o Congresso? Reconhecendo a importância política da presença, ela mesma escreveu nas redes sociais que avalia ir ao plenário do Senado mais adiante, no ato final.

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Redatora

Ficou sob a responsabilidade da secretária do Tesouro Nacional, Ana Paula Vescovi, a redação do substitutivo do projeto da renegociação da dívida dos Estados com a União. Relator da proposta na Câmara, o deputado Esperidião Amin (PP-SC) fez um apelo a ela: que fossem retiradas as contrapartidas mais pesadas, como restrições ao aumento de salário e contratação de servidores.

Imposto

O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, não nega a análise do aumento da carga tributária. Mas qualquer decisão será tomada apenas depois do impeachment.

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Digital

Até deputados aliados ao governo reconhecem que o Planalto trabalha para que Eduardo Cunha (PMDB-RJ) ganhe tempo no seu processo de cassação. O ritmo lento do plenário e da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) seria um indicativo.