O PMDB agora está livre para entrar oficialmente na campanha a favor do impeachment. Institucionalmente, porém, as principais lideranças negam qualquer mobilização. Não querem alimentar os ataques dos petistas. O próprio Michel Temer vai mergulhar até que o impasse se resolva no Congresso. Mas, nos bastidores, a estratégia é deixar que cada bancada regional se posicione a favor do afastamento da presidente Dilma e que as decisões sejam encaminhadas à bancada federal. Com a chancela dos Estados, os deputados federais fecharão questão pró-impeachment. Esse próximo passo do PMDB foi cuidadosamente planejado, assim como a rápida sessão do desembarque. O combinado era que em cinco minutos a decisão fosse anunciada, evitando discursos ou mal-entendidos que indicassem falta de unidade. O plano para a sessão de ontem deu certo, considerada um sucesso pela cúpula do partido. Nesse passo a passo rumo à Presidência da República mesmo sem um voto na urna , o partido de Temer, agora, se prepara para levantar a bandeira do Fora PT. Ouça o comentário:

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Virou

O governador Raimundo Colombo vai liberar seus dois secretários para voltarem à Câmara para a votação do impeachment. João Paulo Kleinübing (PSD) e Cezar Souza (PSD) pediram para assumir os cargos e devem votar a favor do afastamento. Nesta dança de cadeiras, Dilma perde um voto, o da deputada do PC do B Angela Albino.

Lupa

Ex-ministro da Aviação Civil, o gaúcho Eliseu Padilha conhece como ninguém o mapa da distribuição de cargos federais. Ele ficará atento ao ritmo do desembarque do PMDB nas diferentes regiões, conforme aprovado pelo partido.

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Faz de conta…

Mesmo pressionado, o presidente do PP, senador Ciro Nogueira (PI), vai tentar ganhar tempo. A reunião do partido, marcada para hoje pela manhã, servirá para escolher uma nova data para analisar o rompimento. Enquanto isso, o Planalto oferecerá mais cargos ao partido.

Vai que cola

Em caso de impeachment da presidente Dilma, o PSB resolveu condicionar o apoio a um governo Temer ao futuro da presidência da Câmara. O deputado José Stédile afirma que os socialistas só apoiarão o governo de transição se Eduardo Cunha (PMDB-RJ) deixar o comando da Casa.