Basta conversar com senadores e deputados petistas para chegar a conclusão que a cabeça dos parlamentares está nas eleições municipais. O processo de impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff é considerado jogo jogado.
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Quem teria que conquistar votos de senadores a favor de Dilma confessa que tem poucos instrumentos de convencimento. E Lula, que é o grande articulador do PT, está mais preocupado em salvar a própria pele. Réu na Lava-Jato, acusado de tentar interferir nas investigações, tem muito com o que se preocupar.
O argumento absolutamente técnico e repetido à exaustão pelo ex-ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, não é o que pesa na decisão final dos senadores. Por isso, o relatório do senador Antonio Anastasia (PSDB-MG) a favor do impeachment foi sem surpresas. Este é um julgamento político, em que Dilma chega enfraquecida não só pelas péssimas relações com o Congresso, mas também pela economia em crise e as denúncias do Petrolão. A tal “carta aos brasileiros”, que ela vem elaborando, será mais uma carta de despedida. É neste cenário que Temer tem pressa e conta com a ajuda do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).
Correria
Relator do projeto da renegociação da dívida dos Estados com a União, o deputado Esperidião Amin (PP) passou o dia de ontem entre correrias e cochichos. Para mudar o texto sobre as contrapartidas, foi do Planalto ao gabinete do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ).
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Resta um
A fase da Lava-Jato que chegou à Queiroz Galvão chama a atenção para o pagamento de propina envolvendo uma CPI da Petrobras. É curioso como as CPIs sobre o assunto no Congresso fizeram barulho, mas não chegaram nem perto das falcatruas desvendadas pela PF.
Fugindo da raia
A comissão da Câmara que analisa as 10 medidas contra a corrupção ouvirá amanhã, às 9h, o juiz Sérgio Moro. Argumentando preocupação com as convenções municipais, teve deputado reclamando da agenda.
A conferir
Relator do projeto sobre as 10 Medidas contra a Corrupção, o deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS) está convicto que a proposta será votada no plenário da Câmara ainda em novembro deste ano.