A queda do terceiro ministro de Michel Temer, engolido pela Lava-Jato, fragiliza o governo interino. Desde que assumiu o Palácio do Planalto, Temer enfrenta escândalos políticos semana após semana, sem trégua. Uma situação de desgaste criada por ele mesmo que, na hora de escolher sua equipe, resolveu pagar para ver e nomeou peemedebistas envolvidos no Petrolão. A conta está ficando cara. Não era segredo que Romero Jucá (PMDB-RR) e Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) seriam motivos de constrangimento. Aliás, logo que Jucá caiu, Alves foi chamado para uma conversa no Palácio do Jaburu. Ministros do núcleo duro do Planalto defendiam que ele deveria aproveitar para deixar a Esplanada. Na ocasião, ele jurou a Temer que nada comprometedor apareceria. Na delação do momento, Sérgio Machado o acusou de ter recebido R$ 1,55 milhão em propinas entre 2008 e 2014. E mais acusações devem aparecer. Também citado por Machado, Temer veio a público para um pronunciamento forte, negando envolvimento na Lava-Jato e se comprometendo com o futuro:
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— Se tivesse cometido um delito, não teria condições de presidir o Brasil – afirmou.
A seguir, cenas dos próximos capítulos.
Escola Cunha
Acuado, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), está perdendo a mão nas declarações sobre o procurador-geral da República, Rodrigo Janot. A ideia de dar prosseguimento ao pedido de impeachment de Janot, que está no Senado, já revela um desejo de vingança.
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Renegociação
Governadores convidados para a reunião com o presidente interino, Michel Temer, sobre a renegociação da dívida, podem se preparar para a seguinte proposta: prazo de carência de 24 meses, mas sem desconto no estoque da dívida. Alguns secretários de Fazenda já receberam um resumo para estudo prévio. O encontro está marcado para segunda-feira.
Que feio
Deputados da base aliada estão em meio às indicações para os cargos em comissão na estrutura federal. Isso é um fato corriqueiro em Brasília, mas a deputada Geovania de Sá (PSDB-SC) foi no mínimo amadora ao mandar ao Itamaraty cartinha pedindo cargo de diplomata para um afilhado em uma vaga reservada a concurso público. E mais: ainda colocou a culpa da trapalhada na equipe do gabinete. Até o fisiologismo tem limite.