A ordem no Planalto e no PT é puxar o debate para a economia, tarefa dificultada em uma semana com buscas em empresas de um dos filhos do ex-presidente Lula. O palácio quer falar de ajuste fiscal, CPMF, Bolsa-família, DRU, repatriação de valores. Estratégia acelerada ontem pelo ministro Ricardo Berzoini (Secretaria de Governo), que tratou do déficit de 2015. O apelo à bancada petista é para pegar leve com Eduardo Cunha (PMDB-RJ), tentativa de desviar do balança-mas-não-cai do presidente da Câmara e da ameaça de impeachment de Dilma Rousseff, assuntos que paralisam o país. Também fica o pedido de armistício com Joaquim Levy. Dilma reanima a economia – e para tal depende de um Congresso afável e de um ministro da Fazenda forte -, ou seguirá refém da agenda da Lava-Jato e da oposição.
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“A maior humilhação será não decidirmos nada e o Supremo afastar o presidente da Câmara”
Esperidião Amin (PP-SC), ao analisar a situação de Eduardo Cunha, que manobra nos bastidores da Câmara para salvar o mandato
Regulariza I
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O governo quer arrecadar R$ 100 bilhões com o projeto que regulariza recursos mantidos por brasileiros no exterior e que não foram declarados. Especialistas duvidam. Quem regularizar terá de pagar 15% de IR e mais 15% de multa, quase um terço do capital se vai. É pagar ou apostar na impunidade. O caso Eduardo Cunha deixou muita gente preocupada.
Regulariza II
A regularização de recursos não declarados vale para dinheiro de fonte lítica. Eis uma brecha. Professor de Direito Penal Econômico, Luciano Feldens aponta que há dúvidas sobre quem vai fiscalizar a origem. Polícia, bancos, MP? O projeto deve ser votado amanhã na Câmara.