O presidente Michel Temer se preocupa, sim, com a popularidade. Ao contrário do que disse em entrevista à Rádio Gaúcha, ele precisa esquentar a cabeça com a aprovação de sua gestão. Afinal, o sonho dourado do PMDB é lançar candidato ao Planalto em 2018. E isso só vai ocorrer se até lá o governo deslanchar, tocando as reformas básicas para, ao menos, tirar a economia da paralisia. Aumentando o nível de emprego e assegurando um mínimo de poder de compra, a aprovação junto ao eleitor poderá melhorar. Caso contrário, o PMDB voltará a ser coadjuvante, provavelmente de uma candidatura tucana. Seria morrer na praia.

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O governo completa 150 dias neste domingo e não há uma marca, além dos recuos. Integrantes da equipe de Temer argumentam que a falha está na comunicação. Em um time em que muitos gostam de falar, falta unidade. A correção de rumo pode ter começado com o pronunciamento do ministro Henrique Meirelles (Fazenda) e a maior exposição do presidente, que abriu a agenda para entrevistas.

Na última semana, o governo aprovou o teto de gastos na Comissão Especial e as mudanças nas regras do Pré-Sal no plenário da Câmara. Se conseguir garantir quórum, tentará aprovar o primeiro turno da PEC do teto de gastos. E para embolar as negociações, a Procuradoria Geral da República emitiu uma nota técnica contra a proposta, alegando que o texto interfere na independência dos poderes. Mais uma reação de quem não quer limite de gastos. Apesar das prioridades no Congresso, Temer passou os últimos dias explicando a nomeação de um ministro réu no STF.

Marx Beltrão (PMDB-AL) chegou ao Ministério do Turismo porque é afilhado do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e tem, ao mesmo tempo, o aval da bancada na Câmara. Mas é Temer quem detalha o processo no Supremo. Nomeação que precisa de justificativa, já nasce bichada. O governo trabalha com a lógica de que precisa ter a base pacificada para votar o pacote de maldades. Conquistar a eleitor, que ainda observa Temer com desconfiança, também é fundamental.

E não é só isso!

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Ex-ministro, ex-deputado federal e ex-governador do DF Agnelo Queiroz virou vendedor da Polishop. O petista comercializa de cosméticos a eletrodomésticos. O atual governador, Rodrigo Rollemberg (PSB), herdou a administração falida.

Nota aspas

“Tenho uma lista de tarefas que vislumbro para Marcela Temer. Não estou sendo irônica. Quero que ela descubra que pode mais do que imagina”, da advogada Janaína Paschoal nas redes sociais, diversificando o raio de atuação, agora longe dos holofotes do impeachment.