O ano de 2020, que já está demorando a terminar, encerra com saldo positivo para a tenista Carol Meligeni, 24 anos, atleta da ADK Tennis, de Itajaí, e que treina no Itamirim Clube de Campo. Ela conquistou dois títulos e um vice-campeonato nos três torneios que fez entre o fim de novembro e o início de dezembro no Egito. Tudo isso sozinha, literalmente, já que viajou sem treinador. 

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Carolina Meligeni Rodrigues Alves é de uma família de tenistas, tanto que é sobrinha de Fernando Meligeni, o Fininho, um dos grandes nomes da modalidade no Brasil. O irmão, Felipe Meligeni, também é profissional e conquistou o primeiro título da carreira no dia 29 do mês passado, mesmo dia em que Carol levantava o primeiro caneco no Egito. 

Além do orgulho dos pais pelas conquistas, tem o outro lado de ficar muito tempo longe da família. 

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– Eles estão acostumados, viveram isso com meu tio. Saí de casa com 15 anos, meu irmão também e ele mora em Barcelona (na Espanha). Imagino que seja difícil para eles ter a casa vazia, mas sabem que tudo é para o nosso bem. Mas o momento em que a gente pode aproveitar em família são muito especiais, tanto que vou recebê-los na minha casa em Itajaí – contou Carol, direto de Campinas (SP), onde reencontrou os pais e o irmão. 

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Carol
Carol Meligeni (Foto: EGD Filmes)

As conquistas recentes, por sinal, foram com a torcida de longe e contato só via celular. Carol não teve o treinador no Egito e se vira como pode. 

– Várias vezes viajei sozinha, o tênis é um esporte caro e todos os gastos são multiplicados por dois, e tudo em dólar e euro. Não posso dizer que me atrapalha, é assim desde sempre. Poucas vezes consegui viajar acompanhada, mas pode ser uma desvantagem, já que você encara a maioria das adversárias com treinador perto. Gostaria que daqui pra frente eu consiga viajar cada vez mais acompanhada – diz a tenista, que tem o apoio de marcas, da Confederação Brasileira de Tênis (CBT) e do Comitê Olímpico, e que recebe o patrocínio de uma construtora de Itajaí. 

Ter meu tio, meu irmão, meus pais são professores de tênis, todos envolvidos com o esporte faz eles entenderem o estilo de vida e tudo fica mais fácil

Santa Catarina como lar

Carol Meligeni se mudou para Itajaí para treinar na equipe ADK Tennis. A pandemia prejudicou muito, já que os torneios foram paralisados, mas ela conseguiu aproveitar, de certa forma, um pouco da cidade. 

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– Surfei algumas vezes, já consegui ficar em pé (risos). Fiz trilha, fui à praia, mas cheguei justo na época da pandemia. Gosto de programas assim, de natureza, jantar, comer açaí – revela a atleta. 

Outra coisa que Carol gosta de fazer nas horas vagas é tocar violão, tanto que levou o instrumento para o Egito, para tenta relaxar entre os jogos, e tem até vídeo cantando e tocando no perfil dela no Instagram, o @carolmeli. E canta bem, diga-se.

Treinador da tenista, Luiz Peniza comentou sobre o crescimento de Carol, que termina o ano como número três do Brasil e 368 do mundo no WTA:

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– A Carolina tem uma capacidade no dia a dia muito boa, isso faz com que o nível técnico sempre esteja em desenvolvimento. Durante o período de pandemia, sem competição, ela se dedicou muito – diz.

Luiz Peniza com Carol
Luiz Peniza com Carol (Foto: Arquivo Pessoal)