As ceias de Natal e do Ano-novo do joinvilense vão ficar bem mais caras neste ano. O principal vilão, segundo pesquisa feita pelo Procon em seis supermercados, são as carnes. O quilo do pernil sem pele ficou, em média, 44,2% mais caro em um ano. O quilo do peru aumentou 17,8%. E de sobremesa, o tradicional panetone está com o preço até 13,4% maior.
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O principal motivo que contribuiu para a alta nos preços foi a forte estiagem nos EUA, um dos maiores produtores mundiais de milho e soja, dois importantes insumos usados na ração dos suínos e aves. Mais de 80% da área plantada foi atingida. A produção de milho caiu 12% e a de soja, 21,4%, segundo o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA).
O diretor executivo da Associação Catarinense de Avicultura, Ricardo Gouvêa, explica que a baixa produção americana de milho deixou uma lacuna no mercado internacional, que foi suprida pelos produtores brasileiros. Em compensação, o mercado nacional ficou desabastecido. Com pouca oferta do grão em solo brasileiro, o preço disparou.
Segundo o Centro de Socioeconomia e Planejamento Agrícola da Epagri (Cepa), a alta na saca do milho foi de 30,9% nos últimos seis meses. A soja aumentou 24,5%.
Além de mais caros, os produtos de festa demoraram mais para chegar às gôndolas neste ano. Em Joinville, estão chegando nesta semana. Gerente de compras de uma rede catarinense de supermercados, Luciano José Zanolli explica que as empresas não estavam preparadas para suprir a fatia de mercado deixada pela suspensão de vendas de parte dos produtos da Brasil Foods.
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A condição do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) para que fosse efetivada a união da Perdigão e Sadia é que parte dos produtos das empresas – entre eles alguns especiais para as festas de fim de ano – deixassem de ser vendidos.
– Não se sabia a lacuna que essa fusão deixaria nesse mercado. Por isso acredito que as entregas demoraram mais esse ano. Agora foram normalizadas -, afirma Zanolli.
Levantamento feito pela FGV aponta uma forte alta em produtos que são usados para complementar a ceia. O preço do arroz aumentou 33,49% nos últimos 12 meses. As frutas aumentaram de 12,45% (banana) a 66,88% (mamão papaia).
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