Apesar da previsão do Ministério do Turismo de que o feriado irá atrair 180 mil pessoas para SC, só a prefeitura de Florianópolis trabalha com números mais volumosos. O Carnaval de 2013 registrou um público de 547 mil pessoas, de acordo com a Secretaria Municipal de Turismo.
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Para este ano, apesar do receio de que problemas enfrentados no Réveillon, como a falta de luz e de água, voltem a acontecer no Carnaval em Florianópolis, a opinião de entidades do setor do turismo é de que o pior já passou.
– Eu não acredito que no Carnaval vá faltar água ou luz. O que deve ocorrer é atrair um público mais específico. Devemos ter uma queda em relação ao ano passado – diz Tarcísio Schmitt, presidente do Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de Florianópolis (SHRBS).
Como o feriado não cairá em fevereiro, durante o período em que as famílias ainda aproveitam as férias de verão, deve haver retração. Em março, a vinda dos turistas do Carnaval não coincidirá com a presença dos veranistas, como ocorre quando a festa é em fevereiro.
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Isso evitará que a infraestrutura fique sobrecarregada. Por conta do calendário, na avaliação de Schmitt, a ocupação hoteleira nas praias, que já caiu em janeiro, deve cair também em fevereiro. Por outro lado, pode haver uma alta em março.
– Todo mundo já sabe que o Carnaval vai cair naquele período um ano antes. Quem gosta realmente vem – acredita o diretor de marketing da Santur, Haroldo de Oliveira.
Oliveira não acredita que a atração de turistas para o evento será prejudicada pelo calendário fora das férias de verão. E alerta que, nesta véspera do Carnaval, cabe a todos envolvidos – hotéis, governo e entidades – se prepararem para dar estrutura adequada aos visitantes.
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Já a prefeitura de Florianópolis está otimista com a volta dos desfile. De acordo com a secretária municipal de Turismo, Maria Cláudia Evangelista, apenas na passarela serão 18 mil pessoas na arquibancada e 20 mil envolvidas com as atividades das escolas de samba.
Queda nas praias, alta no Centro
Era, e ainda é, esperada uma temporada recorde para esta época do ano em Florianópolis. Mas uma pesquisa realizada pelo Sindicato de Hotéis de Florianópolis mostrou um descompasso entre expectativa e realidade. Em janeiro, a ocupação da rede hoteleira nas praias de Florianópolis ficou em 79,2% – uma queda de 5,8% em relação às vagas ocupadas em janeiro de 2013.
A diminuição contrasta com os números apresentados pelos hotéis do Centro da cidade, do continente e os de águas termais da região. De modo geral, a ocupação total ficou em 79,3%. Mais do que os 77,3% obtidos no mesmo mês em 2013. Teve mais gente buscando os hotéis da Grande Florianópolis, mas menos pessoas buscando os que estão localizados nas praias, principal atração turística da região há anos.
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O presidente do sindicato dos hotéis da região, Tarcísio Schmitt, atribui a queda a dois fatores. O primeiro é a repercussão da falta de água e de luz que levou parte dos turistas a cancelar a viagem.
O segundo tem a ver com a crise na Argentina. A desvalorização do peso argentino levou parte dos turistas a desistir de gastar em solo brasileiro. A instabilidade do vizinho refletiu nas taxas de ocupação das praias de Florianópolis. A expectativa de aumento na movimentação se confirmou, no entanto, na ocupação da rede hoteleira do Centro da cidade e do continente, com aumentos de 2,6% e 11,3%, respectivamente.
Os turistas não teriam cancelado a vinda porque essas foram áreas pouco afetadas pelos problemas nos serviços públicos.
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A grande surpresa, de acordo com Schmitt, ficou por conta da ocupação dos hotéis de águas termais. Houve um salto de 28,9% no número de quartos ocupados nesse setor hoteleiro em comparação com 2013. O presidente acredita que isso acabou fazendo a diferença para o setor sustentar a ocupação em patamares mais altos.