O "esquenta" do Carnaval de Joinville em 2019 foi surpreendido por um sábado de altas temperaturas, com o termômetro marcando 35ºC enquanto ocorria a StammFolia na avenida Beira-rio, na região Central da cidade. A festa começou às 9 horas, com previsão de acabar às 17 horas, quando será preparado o Trio Elétrico para percorrer a avenida.

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Nas barracas montadas pela Beira-rio, a criatividade prevaleceu: havia os tradicionais churrascos vistos na Stammtisch, festa com inspiração na cultura germânica que ocorre há quase uma década em Joinville em outubro, mas também outras receitas e até doces que eram compartilhados entre os amigos que visitaram o evento.

— Não esperávamos muita gente, porque é a primeira vez e o público ainda precisa se acostumar. Mas, se não haveria Carnaval neste ano, queríamos garantir um fato para marcar, mesmo sem desfile — comentou a presidente da Escola de Samba Unidos pela Diversidade, Inês Gonçalves, 50 anos.

A Diversidade é uma das cinco agremiações que se reuniram para reformular a associação que promove o Carnaval em Joinville, formando também uma nova diretoria sob o nome Liga das Escolas de Samba de Joinville (LIESJ) — antes, a entidade chamava-se Liga das Entidades Carnavalescas de Joinville. O objetivo é que esta nova fase seja de busca pela independências das escolas de samba de Joinville, com parcerias firmadas com patrocinadores.

Sem verba municipal para o desfile de Carnaval, já que há anos não há disponibilização de valores para dividir entre as escolas de samba e como não houve modalidade de Carnaval nos últimos mecanismos do Sistema Municipal de Desenvolvimento pela Cultura (Simdec), as entidades entenderam que não havia condições de todas as escolas entrarem na avenida em condição de igualdade.

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Os investimentos de recursos da Prefeitura de Joinville no Carnaval deste ano foi com a contratação de segurança (40 profissionais), colocação de gradil e de banheiros químicos (18 unidades), em um total de R$ 28 mil. A realização do evento é uma promoção da Liga das Escolas de Samba de Joinville com patrocínio de empresas da cidade, como a Nick Multimarcas, a Freddy Pneus, a Rôgga Empreendimentos, a NSC TV e a Rádio Globo.

Para festejar e não deixar a cultura morrer

A StammFolia reuniu todas as "tribos". Entre as barracas estavam os "StammLoucos", grupo de 20 amigos que decidiu entrar na festa mesmo sem ter nenhuma tradição, nem de Carnaval nem de Stammtisch.

— É a primeira vez que participamos, foi formada por um grupo de amigos que decidiu vir para se divertir — contou a assistente de logística Caroline Lolli, 24 anos.

A enfermeira Virgina Vaz, 42 anos, foi com o marido, o professor André Luiz Vieira, 40, e a filha, Caroline, de quatro anos. A intenção dela, ao preparar a menina com o cabelo colorido, o tutu e o colar havaiano, era criar recordações da festa brasileira.

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— É uma cultura não pode morrer e queremos que ela tenha essas lembranças. Por isso, passamos por aqui para ver os amigos e depois vamos ao Carnaval do Sesc — contou ela.

Folia atrás do Trio

A noite começou com o Afoxé abrindo o desfile, como é tradicional no Carnaval de Joinville, entregando rosas e "lavando" a avenida. Depois, as baterias de escolas de samba dividiram espaço com o trio elétrico, e a Folia atrás do Trio foi de marchinhas de Carnaval e muito funk.

O diretor executivo da Secretaria de Cultura e Turismo de Joinville, Evandro Censi, disse que ficou surpreso com a receptividade do público ao evento de Carnaval.

— Não esperávamos por causa da diferença do modelo, que é novo, mas isso demonstra que Joinville realmente gosta e vem no Carnaval. E tem todos os públicos, tem as escolas de samba, tem famílias com crianças — afirmou ele.

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O técnico de enfermagem Bruno Alves, 20 anos, movimentou pelo menos 350 pessoas a participarem do Carnaval de Joinville. Ele criou um evento nas redes sociais em 17 de fevereiro para que participassem do Bloquinho Vem Meteoro, e carregou a bandeira pela avenida.

— No ano passado saí com a Escola Unidos pelas Diversidade. Agora criei o bloquinho e é só o primeiro ano, quero continuar nos próximos Carnavais — contou.