O prejuízo causado para a segurança pública gaúcha pelo incêndio dos 10 carros patrulhas da Brigada Militar (BM) está muito além dos números. Os veículos seriam entregues, alguns ainda nesta semana, para as guarnições da fronteira, nas cidades de Bagé, Santana do Livramento e Horizontina.

Continua depois da publicidade

Leia mais

Viaturas incendiadas não tinham seguro, afirma coronel da Brigada

Dez viaturas são incendiadas no pátio da Academia de Polícia Militar

Incêndio em viaturas da Brigada Militar gera prejuízo de quase R$ 1 milhão

Continua depois da publicidade

Caso de viaturas queimadas em 2013 ainda não foi esclarecido

Na região, lembra o delegado Carlos Santana, do Gabinete de Gestão Integrada de Fronteira da Secretaria da Segurança Pública do Estado, as autoridades desenvolvem uma série de iniciativas equipando a Polícia Civil, o Instituto Geral de Perícias (IGP) e a BM com objetivo de combater o crime. Nesse sistema, a BM é a parte ostensiva. São as suas patrulhas que combatem criminosos nas estradinhas ilegais que ligam o Brasil aos países vizinhos.

Atividades de criminosos da fronteira acabam influenciando as estatísticas do crime em todo o território gaúcho, em especial na Região Metropolitana de Porto Alegre. Os ladrões de gado, figuras históricas da fronteira, acabaram aperfeiçoando suas atividades e, hoje, enviam tropas furtadas dos campos fronteiriços para o abate clandestino em frigoríficos ao redor das cidades da Região Metropolitana. Eles são combatidos pelas unidades dos Abas Largas, brigadianos especializados em ladrões de gado que usam as camionetas, com tração das quatro rodas, para caçar os abigeatários.

Vídeo mostra o momento em que as chamas começaram:

Pelos mesmos caminhos por onde andam os ladrões de gado, também rondam as quadrilhas de contrabandistas de armas e munições. Esses quadrilheiros trazem munição do Uruguai e armas, principalmente revólveres, da Argentina, e as vendem para os bandidos espalhados pelas médias e grandes cidades gaúchas.

Na região da fronteira, separada da Argentina pelo Rio Uruguai, os traficantes estão trazendo maconha e cocaína do Paraguai e entrando no território gaúcho para abastecer cidades uruguaias e do Rio Grande do Sul. Os traficantes rodam pelas mesmas estradinhas usadas pelos abigeatários e contrabandistas de armas.

Continua depois da publicidade

Os 10 veículos incendiados vão ser substituídos. Mas isso ainda não tem prazo para acontecer, explicou o coronel Alfeu Freitas Moreira, Chefe do Estado Maior da BM. Acrescentando que carro de polícia não tem seguro. Aliás, que seguradora iria se arriscar a segurar um veículo usado no combate ao crime?

A vida de uma caminhonete dessas usadas pela BM na fronteira é curta devido ao intenso uso e ao terreno por onde rodam. No ano passado, Zero Hora participou de uma patrulha noturna pelas estradinhas da fronteira. A caminhonete era semelhante às que foram incendiadas. Na época, os brigadianos contavam os dias para a chegada de um veículo novo. Pelo visto, vão continuar contando.

Veja imagens do local:

Veja a localização da Academia de Polícia:

Exibir mapa ampliado