O governador Carlos Moisés (PSL) foi um dos seis governadores que não assinaram a carta aberta com cobrança e propostas para melhorar o combate à pandemia do novo coronavírus no Brasil. O “Pacto Nacional em Defesa da Vida e da Saúde” foi divulgado na quarta-feira (10) e tem a assinatura de 21 governadores.

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O documento do Fórum Nacional dos Governadores propõe um pacto entre os três poderes e as três esferas do poder público para evitar o colapso dos sistemas hospitalares e reforçar a luta contra o vírus. Entre as ações sugeridas pelos governadores estão acelerar a vacinação, “com pluralidade de fornecedores, mais compras e busca de solidariedade internacional”, e o apoio a medidas preventivas como uso de máscaras e desestímulo a aglomerações.

Os governadores ainda pedem apoio aos Estados para ampliação de leitos, “quando isso for possível”, e também a criação de um comitê gestor e uma assessoria de uma comissão de especialistas. Os termos do documento foram discutidos em uma reunião dos gestores em 17 de fevereiro, da qual Carlos Moisés participou, virtualmente.

Além de Moisés, não assinam o documento o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PSC); do Paraná, Ratinho Júnior (PSD); de Roraima, Antonio Denarium (sem partido); de Rondônia, Marcos Rocha (sem partido); e do Amazonas, Wilson Lima (PSC).

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A reportagem procurou a assessoria do governador Moisés para comentar a não adesão à carta dos governadores, mas não obteve retorno até a publicação desta reportagem. Caso haja, a matéria será atualizada.

Em audiência pública do Senado nesta quinta-feira (11), o presidente do Fórum Nacional dos Governadores, Wellington Dias (PT), do Piauí, voltou a fazer um apelo por ações conjuntas para combate à doença e afirmou que o país já vive um colapso, contrariando fala do dia anterior do ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, que havia negado esse estágio.

– Nesse instante, já estamos dentro de um colapso nacional na rede hospitalar. Nós não vamos para isso, nós já estamos. Estou falando de milhares, algo como 30, 40 mil pessoas em todas as filas hospitalares por vaga de UTI – afirmou.

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Segunda carta não assinada por Moisés em um mês

Esta não é a primeira vez que Moisés deixa de assinar um documento de governadores que busca pressionar o governo federal por ações relacionadas à pandemia. No dia 1º de março, um grupo de 16 governadores divulgou outra carta aberta em resposta ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido). No fim de semana anterior, Bolsonaro havia publicado nas redes sociais dados sobre recursos repassados aos Estados, sugerindo responsabilidade destes entes para investimentos contra o coronavírus.

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Os governadores rebateram com a publicação da carta, argumentando que os valores incluiriam repasses obrigatórios e também valores destinados ao auxílio emergencial. Na ocasião, Carlos Moisés também não assinou a carta dos governadores de resposta ao governo federal.

A nova recusa de Moisés de assinar uma manifestação de governadores que cobra mais ações do governo federal reforça o posicionamento do governador de SC após voltar ao cargo com a rejeição do processo de impeachment, em dezembro de 2020. O governador tem se mostrado mais envolvido com a construção de alianças e menos disposto a críticas ao governo federal e ao confronto com Bolsonaro.

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Moisés defende compra centralizada de vacinas e remédios

O governador de SC participou nesta quinta-feira (11) de uma audiência pública virtual do Senado, para discutir o enfrentamento à Covid-19. Carlos Moisés defendeu a compra centralizada de vacinas pelo Ministério da Saúde, dentro do Plano Nacional de Imunização, e também de insumos e medicamentos contra a doença.

— Tem que ter uma aquisição centralizada. O Ministério da Saúde deve intervir nos fabricantes, especialmente para esses sete medicamentos utilizados no kit de intubação. Uma intervenção de fato do governo para não desabastecer qualquer estado — afirmou, conforme relatou a Agência Senado.

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Outros governadores cobraram mais velocidade na vacinação contra Covid-19 no país e relataram dificuldades para possíveis aberturas de novos leitos em função da contratação de mais profissionais.

No encontro também surgiu a proposta de vacinar 70% da população do país até julho. Para isso, os governadores cobraram negociações com governos de outros países para buscar imunizantes para o Brasil, que vive momento crítico da pandemia.

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