Reeleito deputado estadual com 49.233 votos, o jaraguaense Carlos Chiodini (PMDB) deixou a vaga na Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc) para comandar a Secretaria de Desenvolvimento Econômico Sustentável. A posse, que estava agendada para esta segunda-feira, foi adiada por causa da agenda do governador Raimundo Colombo e deve ser remarcada para esta semana.
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Após quatro anos atuando como deputado estadual, o peemedebista entra no Executivo à frente de uma das mais recentes secretarias catarinenses, criada em 2005 a partir da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Social, Urbano e Meio Ambiente (SDS).
Comandando órgãos como a Fundação do Meio Ambiente de Santa Catarina (Fatma), Junta Comercial do Estado de Santa Catarina (Jucesc) e Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina (Fapesc), Chiodini tem o desafio de manter o perfil econômico do Estado, elevando seu caráter sustentável.
Além disso, deve dar continuidade a projetos com os dos Centros de Inovação, que têm inauguração prevista para este ano. Os centros são estruturas do Governo Estadual, onde serão reunidas equipes que devem fomentar o desenvolvimento de novas e antigas empresas da região com foco na tecnologia e inovação.
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AN Jaraguá – Como está sendo feita a escolha da equipe da secretaria? O senhor está privilegiando pessoas com conhecimentos técnicos ou há peso político nas indicações?
Carlos Chiodini – Nosso quadro foi montado de forma técnica, fizemos mudanças sim, mas buscamos profissionais dispostos a assumir este desafio, que tenham conhecimentos específicos e que poderiam agregar em nossos projetos. Afinal, a maioria dos servidores, quase 90% são de profissionais com conhecimentos específicos e hoje podemos dizer que o quadro está quase fechado, faltando apenas alguns detalhes. Além disso, quem foi nomeado já está trabalhando. Com relação as indicações, por ser cargos técnicos, pouco foi feito. Quero ressaltar que estou entusiasmado com a minha equipe.
ANJ – Um dos maiores projetos da secretaria é a criação dos Centros de Inovação. Quais são os maiores desafios para o funcionamento dessas estruturas?
Chiodini – Os Centros de Inovação estão sendo construídos não apenas fisicamente, mas, também, conceitualmente, na medida em que estamos definindo seu modelo de governança e buscando capacitar as equipes envolvidas. Em especial, os comitês de implantação dos centros e a equipe de governo. Vamos entregar, ainda este ano, os primeiros centros, que serão uma peça fundamental na elevação da economia catarinense a novos patamares de desenvolvimento. Serão verdadeiros catalisadores deste espírito inovador, criando ambientes que propiciem as condições para que nossos talentos deem vazão. O CI de Jaraguá do Sul, assim como todos os demais, irá se beneficiar pela troca de informações e experiências. Estamos trabalhando com os parceiros mais qualificados que poderíamos ter para a criação de ambientes de inovação.
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ANJ – Uma de suas grandes bandeiras durante a campanha foi a desburocratização. Como o senhor irá aplicar esse conceito à frente da secretaria? O modelo de Jaraguá do Sul, que reduziu o tempo para abertura de empresas, poderá ser aplicado de forma estadual?
Chiodini – Acabei no melhor lugar para pôr em prática uma promessa de campanha, afinal, a Junta Comercial é subordinada a nossa Secretaria e, sem sombra de dúvida, poderemos estudar a melhor forma de implantar o modelo de Jaraguá do Sul em todo Estado. Mas é claro que a proporção é muito maior e ainda precisamos ver como está a atual situação. Outro fato que estamos estudando é o uso de tecnologia em órgãos como a Fatma. Por meio de aplicativo baixado no celular, a pessoa pode consultar o seu processo em qualquer lugar e qualquer hora, evitando filas, papeladas e burocracias. Mas tudo está sendo estudo com muita calma para que possamos fazer as mudanças do melhor jeito.
ANJ – Jaraguá do Sul “perdeu” um representante na Assembleia Legislativa, mas ganhou destaque no primeiro escalão do Governo Estadual. O que a população do Vale do Itapocu pode esperar do seu novo papel? Há algum projeto específico para a região?
Chiodini – Primeiro que não perdeu um representante, continuo lutando pelos anseios e demandas do Vale do Itapocu e da região Norte, a diferença é que agora, além de deputado, sou secretário de Estado e isso nos aproxima da máquina pública, do governador Raimundo Colombo, fazendo com que demandas, como a duplicação do trecho urbano da BR-280, fiquem mais próximas de ser executadas. A duplicação é fundamental para o desenvolvimento econômico do Vale do Itapocu, além de ser uma questão de segurança. E o governador já se demonstrou sensibilizado a este processo e todo encaminhamento já foi dado para que possamos lançar a ordem de serviço o mais rápido possível, dependemos apenas do DNIT terminar o processo de doação da rodovia ao governo do Estado.
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Além disso, conseguimos para a região R$ 70 milhões em obras, praça da Apae, a grande obra da ponte do Rau, pavimentações de ruas importantes, reforma da Capela Mortuária, cerca de R$ 2 milhões para o Femusc, R$ 20 milhões para dois hospitais, um deles teve sua ala nova já inaugurada e mais efetivo policial.
ANJ – Por fim, quais são seus projetos e expectativas para o trabalho à frente da secretaria?
Chiodini – Quando eu recebi o convite, já tinha o conhecimento da responsabilidade que enfrentaríamos. Mesmo assim, me sinto muito preparado para encarar este desafio. Não tenho medo das batalhas que terei que enfrentar e acho que podemos somar, ajudando o nosso Estado a seguir trilhando pelo caminho de uma economia forte, que valoriza a sustentabilidade e investe na inovação como diferencial. Hoje o mundo pensa em economia com sustentabilidade e desenvolvimento tecnológico, são peças que se encaixam e precisam caminhar juntas. A responsabilidade é grande, é uma nova missão e acredito no nosso sucesso junto ao governador Raimundo Colombo.