Progresso é tudo o que traz benefícios à população. Às vezes, sem mudar nada. Quer um exemplo? Compre, leia e veja o livro “Cantos e Recantos — Vivendo a Área Rural de Joinville, da arquiteta Rosana Barreto Martins, na qual praticamente nada mudou sem prejuízo ao progresso em 166 anos para as famílias que lá se instalaram. E conservam as suas propriedades mais ou menos intactas como as adquiriram da colonizadora que especulou imobiliariamente o dote, com o senador Schroeder à frente, usando até publicidade enganosa, segundo denúncia do “observador do rio Mathias” Karl Konstantin Knüppel nos inícios da colonização.

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A zona urbana é mal planejada, com uma planície à beira de um rio que sofre efeitos de marés e inunda o Centro, e a formação de riachos nas ruas que foram asfaltadas, impedindo a absorção das chuvas torrenciais pela terra, que sofre os vários problemas criados por um progresso que não é a favor da população com os seus espigões, seus veículos e seus estacionamentos.

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Há um grupo de urbanistas, ambientalistas e investidores imobiliários avesso a este progresso, que deseja conservar áreas verdes em zona rural, onde se desenvolveu, por exemplo, a Agrícola da Ilha, um monumento à ecologia, à floricultura, à diversão sadia, que se enche aos sábados, domingos e feriados, fugindo às agruras do centro urbano com os seus barulhos, a sua poluição de todos os matizes, especialmente, pelos seus mais de 350 mil veículos rodando, em substituição às saudosas bicicletas que tanto contribuíram ao progresso sadio de nossa Joinville. Mas, escanteadas a ponto de se querer fechar o seu museu, e não merecedoras de um monumento e ao Herr Schneider, que as trouxe para cá há mais de um século, prevendo-lhe a utilização em uma cidade plana, sem envenenar o bom ar vindo da serra e do mar.

O Vale Verde é um projeto de lei benéfico, que cria regras urbanísticas detalhadas para a ocupação predominantemente residencial de áreas ao Sul do canal extravasor do rio Cubatão que ainda são classificadas como zona rural. Não é uma mera ampliação do perímetro urbano, mas a proposta de um modelo de ocupação da região fundamentado na realidade geográfica, econômica e social. Oferece alternativa de continuidade das atividades agropecuárias, para quem assim quiser, mas abre a possibilidade de novos empreendimentos na região que respeitem a legislação urbanística e ambiental, preservando as várzeas e fundos de vale, as matas, tratando seus esgotos e implantando a sua infraestrutura. Pagando os devidos tributos e assim contribuindo para o desenvolvimento sustentável de Joinville.

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