Para Carla e Freitas, amigos!

Ernest?s Pub (na Irlanda, esta seria a placa). Era na rua Quinze em uma construção, muito bem conservada em enxaimel. Ao lado, funcionava a borracharia do Isquierdo Queirolo, primo do Procópio e da Bibi Ferreira. Vizinhos do Posto do Klüver. Nada existe mais, só espigão e estacionamento. O absurdo progresso que não contribui em nada para a melhor qualidade de vida.

Continua depois da publicidade

Grande era a freguesia do estabelecimento, graças ao espírito do Ernesto e as virtudes da Frau Fleith em culinária, herdada pela filha Ivone, hoje sra. dr. Rui Arsego. O bar tinha fregueses de caderno. Habitués de todo dia. Dois assinavam o ponto diário à hora do Frühstück: Frenzel e Wegner – vizinhos. Sentavam-se nas banquetas, pediam uma cerveja e alguns petiscos e o caneco para jogar general – jogo praticamente desaparecido hoje.

Confira notícias de Joinville e região.

Ernesto os servia e, abrindo a cerveja, era o primeiro a se servir com um Prosit! Ficavam os dois jogando e saboreando os petiscos da Frau Fleith e bebendo cerveja, enquanto Ernesto servia outros fregueses. Sem esquecer o seu copo. Como alguns fregueses reclamavam de que o bar deveria servir uns grelhados, Ernesto construiu uma churrasqueira para costela assada na brasa todas as quartas e sextas-feiras, e outros pratos, como mocotó, pernil e feijoada. Todos de merecida fama. Particularmente a costela. Assada pelo Zé, um fiel escudeiro.

Continua depois da publicidade

Frenzel e Wegner jogavam três ou quatro partidas, olhavam a hora e se aprontavam para se retirar.

– Quanto devemos?

– Um engradado e os petiscos.

E fazia a conta. Este bar durou 60 anos. Quando o fechou, Ernesto disse à família: “Bebi 60 anos e continuo com sede!”

Foi uma morte sentida.

*******

O ministro da Previdência Social do governo Itamar foi Sérgio Cutolo, que veio a Joinville, convidado pelo ex-ministro da Ciência e Tecnologia, o saudoso senador Luiz Henrique. E o ministro foi convidado a dar uma entrevista coletiva na sede da Acij no Manchester. Enquanto a dava, o telefone da Acij tocou e foi atendido.

– Mas estou falando em nome de uma prima dele que não o vê há séculos! Queria dar-lhe uma palavrinha.

– Como é o nome dela ?

– Bunda louca! – e desligou.