Joinville já teve personalidades que eram famosas pelas tiradas, aquelas observações jocosas, repentinas, que provocavam risos.
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Três terríveis : Dr. David, Lothar Córdova e Alteagas Machado.
Fui pagar uma conta de atendimento de um amigo que viajara. Aguardei mais de uma hora, folheando as manchetes antigas que guarneciam a sua sala de espera, sempre lotada. De repente porta se abre e eu aproveito para entregar-lhe o cheque do meu amigo. Dr. David olha e lê o cheque, exclamando: “Vocês são engraçados! Quando dói a barriguinha, vêm correndo. Mas, quando é para pagar, parecem lesmas!”
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Estávamos tomando o costumeiro cafezinho pós almoço no Blue Bar ou bar do João, quando uma barata se esgueirou por debaixo do balcão para o salão do café. Alguém se levantou e, quando ameaçou esmagá-la, o Lothar gritou: “Não faça isto que é cria da casa!” Salvou-a!
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O Alteagas foi fotografado pela imprensa metendo a mão no chapéu de um cego que fazia ponto e cantava em frente à Caixa. No dia seguinte, na roda de chimarrão em sua alfaiataria, alguém comentou a foto e ele esclareceu: “Tava colocando, não tirando, seus sacanas. Coloquei bem fundo para ninguém tirar.”
Trotes soube de alguns fantásticos, inteligentes e de nunca descoberta autoria.
Aquele na Câmara de Vereadores, que funcionava na rua Padre Carlos, antigo prédio da Prefeitura. Estávamos já em plena ditadura de 64 quando um vereador (Ulisses Lopes) propôs que se protestasse contra a cassação do Márcio Moreira Alves e foram expedidos vários telegramas com o protesto e notícia na mídia local.
Toca o telefone da Câmara, atende-o o saudoso Alpheu de Carneiro Lins (a mais inteligente cabeça política da Manchester) e ouve uma voz firme dizer-lhe: “O comando do Nosso Batalhão quer sábado ouvir os senhores vereadores a respeito dos telegramas de protestos pela cassação do subversivo Márcio Moreira Alves“.
Alpheu esclarece que a Câmara não trabalha aos sábados. “Não importa”, responde firme a voz. “É sábado à tarde”.
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A Câmara ficou reunida das 13 horas até às 18 horas. Suando de nervosa e de calor.
E tendo o Alpheu ligado para o batalhão para saber se o comandante viria, ouviu a resposta: “Creio que não, pois está viajando!”