Quando cheguei a Joinville, em janeiro de 1957, para advogar, entre outros afazeres, porque fui contratado pela Estapal, uma empresa de estaqueamento que tinha obras aqui e na qual trabalhei como gerente até terminarem os estaqueamentos do Banco do Brasil e de um colégio estadual, fui indenizado com carta de recomendação.
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Imediatamente, fui à procura do pôr do sol joinvilense e um lugar para o apreciar diariamente, se possível, porque chovia pra chuchu à época. Muito mais do que hoje! Descobri o Cemitério do Imigrante, de onde os poderia apreciar nas serranias –Jurapê, do oeste, e do monte Crista e Castelo dos Bugres, do norte. Por sorte, consegui uma casa para residência e escritório na rua Imaruy, posteriormente denominada de Henrique Meyer, nº 20, do senhor Henri Rost, empresário de motores elétricos.
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Do segundo piso podia ver o pôr do sol do oeste, mas não o do norte. Então continuei no cemitério. Posteriormente, comprei dois apartamentos: um no San Marino e outro, mais tarde, no serra do Mar, ambos no 10º andar, exatamente por causa do pôr do sol.
Quando comprei as salas para o escritório de advocacia no Hannover, preferi as do 19º andar, de onde a paisagem da cidade e das serranias era completa. Hoje, nem do escritório consigo apreciar o espetáculo da natureza, que me lembra os de Florianópolis, onde sou manezinho de papel passado e troféu. Embora nascido em Lages e joinvilense adotivo há mais de 50 anos.
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Mesmo do escritório, daquela altura, vejo nesgas do céu e raramente os poentes. Há uma muralha de espigões impedindo a sua admiração em nome de um progresso que nada faz e traz para a nossa melhor qualidade vida, entupindo ainda as ruas com um trânsito que desafia a mobilidade citadina e enche a antiga Cidade das Bicicletas de gás carbônico e deixa o poder municipal, com toda a sua boa vontade, tecnologia e inteligência dos cérebros do Ippuj, suportando o permanente reclamo dos munícipes e dos apoiadores da Aprema, alguns também reclamando os pores do sol de volta. Ou indo apreciá-los de pontos altos da cidade, como o Mirante no morro do Boa Vista. Ou, parcialmente, no monte Crista, no Castelo dos Bugres ou no Jurapê, onde o Sol declina.