Difícil, ainda, arranjar motivo para escrever sobre o que foi a apresentação de “La Traviata” (A Transviada) após a crônica de Joel Gehlen, virtuose no gênero, em “A Notícia” de 2/6/2016, página 27, mesmo a aproveitando como gancho.

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Vi o que ele viu e sentiu na noite cultural do dia 1º, mas fui à segunda, a começar pelo público de várias idades, mas que repetiu uma cena comum há anos (de 1957 a 2000): um reencontro ansiado de conhecidos, que faziam a Joinville da época muito mais familiar do que hoje. Não havia condomínios verticais que abrigam famílias, mas não as tornam vizinhas, às vezes, nem mesmo conhecidas. Falo de cadeira, pois vivi este drama quando abandonamos a casa térrea e com quintal da rua Carlos Lange, indo para o San Marino, na Roberto Kock, para seus dez andares.

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Esta ânsia por vizinhança e familiaridade cresce em Joinville, na qual – parece – que ninguém mais se conhece. Já escrevi sobre isto quando lembrei as viagens no Bandeirantes e a ocupação do Hotel Alvear por joinvilenses. Quase que exclusivamente.

A ópera decalcada pelo genial Verdi no romance de Alexandre Dumas Filho (“A Dama das Camélias”) foi excelentemente bem representada pelos quatro atores e cantores, aplaudidos de pé, ao final, por mais de dez minutos cravados.

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Não passou despercebido o aniversário da Harmonia-Lyra: 158 anos! Mais de um século e meio e continua cada vez mais jovem, graças à liderança do advogado gaúcho, hoje joinvilense por adoção, Dr. Álvaro Cauduro e seus dedicados funcionários. Especialmente a Rosita!

Como já fui diretor e presidente do clube, imagino o esforço para lograr os êxitos culturais que promove, atraindo plateias a lotar salão nobre e os camarotes. Circunvagando o olhar por sobre a multidão que esvaziava o espaço, tive a impressão de que via rindo de felicidade Ottokar Doerffel, Fritz Alt, Liselotte Trinks, Gerda Schmalz, Tibor Reisner, Victor Kursancew, Lico Dietrich,Jorge Parucker Jr., Augusto Sylvio, dirigindo-se ao bar, onde os esperavam o barman e ecônomo da Sociedade Harmonia-Lyra, Martinho Bitsch. Pois fora uma noite magna e gloriosa com que sempre tinham sonhado. E merecia a “bebemoração“!