Foi sua mãe, tia Laura, quem o começou a chamar assim, tão logo nasceu, nome tirado de um romance francês que havia lido, pois era uma leitora inveterada, o que muito incentivou os filhos em relação à cultura. Fanfan foi um medíocre leitor, pois desde os oito anos era o companheiro do pai, Olímpio, nas lides campeiras: criavam, compravam e vendiam gado para matadouros em várias regiões do Estado: Lages, Forquilhas, São José, Camboriú (sede), Brusque e Florianópolis. No Gymnasio Catharinense dos Jesuítas, em Floripa, não foi aquele aluno destacado como os Abreu – Alcides e Nelson -, Celestino Sachet, Rodi Hickel, os Von Wanghein – Ivo e o irmão, filhos do Barão.

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Aqueles anos de lides no campo lhe formaram uma consciência ecológica que seria o emblema da sua vida quase centenária. Nem abater animais, nem vegetais. Mas os fazer procriar, reproduzir-se, tendo em vista que havia uma fome em muitos países e que obrigaram seus avós paternos a imigrar para o Brasil, de Luxemburgo e da Itália. E, por experiências próprias, o primo Fanfan e seu pai, Olímpio, sabiam que natureza era generosa em se a tratando com respeito. Neste sentido, foram preciosas as lições do seu professor, padre Alvino Bertoldo Braun, um expert em flora e fauna como poucos. Assim, buscou, ao fim do científico, uma universidade que lhe desse os conhecimentos científicos para o que conhecia empiricamente. E a encontrou em Viçosa, MG.

Não lhe foi difícil aprender nas aulas, nos livros e nos laboratórios da excelente universidade o que conhecera na vida prática da agropecuária. E, formado, utilizou os seus duplos conhecimentos, aceitando desafios para administrar colônias oficiais, organizar a exploração agrícola e pastoril racionalmente, produzindo sempre o de melhor qualidade para enfrentar, permanentemente, o espectro da fome terráquea. Não o fazia pensando no município, nem no Estado, nem no País, mas em toda a Terra. Daí começar a ser venerado como o Semeador de Esperanças, o que compunha a herança alimentar terráquea.

Não lhe faltou, nem demorou o reconhecimento da FAO, que já o homenageou várias vezes, até lhe ferindo a modéstia, comprometendo-lhe a natural solidariedade fraternal. Por isso e muito mais, aos 94 anos, continua sendo não mais o primo Fanfan, mas o genial engenheiro agrônomo Glauco Olinger.

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