Milton Maciel, acadêmico da Academia Joinvilense de Letras (AJL), com um vasto currículo de cultura, que explora com rara sabedoria, escolheu esta razão do título, embora em linguagem mais corrente, para criticar a sem razão de os produtos para mulheres (de qualquer idade) serem mais caros do que aqueles para homens. E é só ir a algum estabelecimento empresarial e fazer a comparação. Pois isto é astuciosamente feito desde a mais tenra infância feminina. Repito: faça a comparação. Vá a uma loja de brinquedos, infantis e modernos, e compare os preços dos destinados a meninas com aqueles para meninos.
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Milton Maciel deu título chamativo ao seu livro após completar a inédita pesquisa em vários países do chamado “mundo ocidental“: “Como é Caro Ser Mulher”. E de subtítulo, “O imposto da… perseguida” (palavra alterada para não ferir certos que conhecem os dois termos, seja no dicionário, seja na forma sarcástica na linguagem popular).
Quem a tem, paga um imposto injusto por a ter. Como? Leia o livro e encontrará a razão sobre a qual, via de regra, ninguém costuma pensar. É uma denúncia que deveria ser clássica, de toda hora, de todo dia. Sem lei, e não tem nada contra as mulheres desde a sua gestação. Mas como é um imposto que não tem base legal, se não por ganância do sistema, cria esta desigualdade anticonstitucional, mostrando que nem todos são iguais perante a lei. Porque os machos de qualquer espécie gostam da perseguida, no “amansa-burros” ou in natura. E as que a têm, pagam o imposto sobre…, na aquisição dos produtos para a sua saúde, inteligência, cultura, simpatia e vida social desde quando são geradas.
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O sistema criou uma obrigação para elas, que Milton Maciel enfileirou no capítulo 21, página 102, do volume com o exato título de “A cruel obrigação de ser bela”. As meninas, desde cedo, têm de cumprir esta obrigação para vencer na vida. Pouco importa se o papai tem ou não disponibilidade econômica para atender ao bizarro ritual.
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Cada dia mais, fica mais caro ser mulher.
* Uma das definições, segundo o Dicionário Aurélio, para vagina.