Para Lair, Marcia, Glauco e Orli, amigos/admiradores.

Vou aproveitar o que aprendi com Pontes de Miranda, o mais completo dos juristas do meu tempo de advocacia militante, iniciada no dia 8 de fevereiro de 1957, aqui em Joinville e cujo escritório ainda persiste, sob o tirocínio dos meus dois filhos, advogados também: Carlos Adauto Virmond e Jovenil de Jesus Arruda. E mais seis assessores, advogados e estagiários.

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Pontes escreveu que “jurista é o que conhece a raiz e a origem dos direitos“. Julio era assim em termos de erudição: conhecia a raiz e a origem das palavras que usava para o fazer com precisão.

Também conhecendo cinco ou seis línguas, incluindo uma morta – o latim -, quando fazia traduções, em que era useiro e vezeiro, particularmente, de William Shakespeare, ia buscar a origem do inglês ainda empregada. Especialmente no bardo inglês, como se pode observar no “Ensaio Sobre Mercutio”, amigo de Romeu na peça clássica do seu amor por Julieta.

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Mercutio era um trocadilhista em inglês, como tivemos um Emílio de Menezes e um outro: Francisco de Paula Ney. Só que – importante detalhe – quando traduzia os seus trocadilhos, fazia-os com o sentido da época de Shakespeare. Exemplo: Send for me tomorrow and you Will find me a grave man?” (“Revista da Academia Catarinense de Letras”, 2006. Fls. 26 a 29 – “O Crescimento de Mercutio – Ensaio”). Poderia ser traduzido como homem sério, o que nunca foi, e pelo calembour homem morto, defunto. Expressão da época.Esta preciosa preocupação, ele a tinha em qualquer língua traduzida. Fosse latim, francês, inglês, grego ou alemão. Voou para as estrelas sem haver realizado o sonho de traduzir ao pé da letra “O Fausto”, de Goethe.

O desafio de uma obra-prima para qualquer tradutor. Sobretudo, se brasileiro. Como o demonstrou o Dr. Raoul Büendgens, magistrado que, quando ainda judicava na comarca, e a verteu para o português em primoroso vernáculo.