O célebre poeta paraibano Augusto dos Anjos, um dos maiores do Brasil, escreveu: “… só a ingratidão, esta pantera, foi tua companheira inseparável…”.
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O pensador inglês Theodore Dalrymple, nos seus ensaios da coleção “Abertura Cultural”, escreveu que a ingratidão é a morte da honestidade. Leituras que costumo recomendar. Fazem bem à alma. E ao caráter.
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Ao receber a ótima notícia de que a nossa Joinville é a capital brasileira da dança, lembrei-me dos tempos do Grupo Cultural Cordão (década de 1970), de que fazia parte a professora e artista plástica Albertina Tuma (hoje promotora de entretenimentos e eventos culturais coroados de êxito), que foi – à época – encarregada de organizar o Festival de Dança e à sua frente esteve por anos, demitida da sua direção por firulas políticas.
Felizmente, o evento teve a sua direção entregue à excelência e à indisfarçável dedicação do empresário Ely Diniz, que lhe foi companheiro desde os primeiros eventos e soube realizar-lhe a nossa maravilhosa quimera, chegando ao ponto em que chegou, em reconhecimento, sendo responsável pela maravilha do invejável título outorgado a nossa Joinville, de capital brasileira da dança. Com muito mais razão do que cidade das bicicletas, das flores, dos príncipes.
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Como não acompanhei todos os lances que culminaram no título, quis e quero lembrar o imenso e caprichoso trabalho da nossa companheira de Cordão, o qual, bem entendido, impediu a sua desvalorização quando substituída; ao contrário, com ele sedimentando e aumentando de importância, participação e multiculturalidade internacional.
Os méritos dos diretores do Festival de Dança devem ser reconhecidos com o chamamento de ambos, sob ovação, ao palco, ao final de cada Festival, mesmo
por sobre a sua natural e pessoal modéstia.
Com tal, ficam redimidos os seus autores das pesadas expressões analisadas pelos dois escritores e pensadores acima citados de qualquer “pantera ou morte…”. Concluindo com chave de ouro o magnífico e inesquecível espetáculo anual de que passa a fazer parte este natural e muito próprio gesto cultural joinvilense.