Para Dr. Ruy Parucker, descendente de Karl Julius Parucker, poeta da Colônia, condecorado por D. Pedro 2º pela sua probidade como recenseador nacional.

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Em março de 1951, vim conhecer Joinville, no seu centenário. Fiquei deslumbrado com os festejos todos. Aproveitando-me de um primo que residia aqui, fui de carro pela futura BR-101 até Pedra Branca do Araraquara, no Paraná, percorrendo a zona rural joinvilense, hoje perpetuada pela arquiteta Rosana Barreto Martins em álbum lindíssimo.

Aqui, meu primeiro contato com a cultura foi com o pintor Eugênio Colin, que fazia uma exposição na Biblioteca Municipal (2/57). E fiquei sabendo um pouco da história ao lhe perguntar pelos historiadores locais, que me foram citados: Adolpho Bernardo Schneider, Carlos Ficker, Elly Herkenhoff. E fui à cata dos seus livros. Consegui alguns dos três. E fiquei espantado com a falta de visão do príncipe de Joinville e do senador Schroeder, este um especulador imobiliário.

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Uma área tão grande limitada pela baía da Babitonga, por Parathy, Guaramirim, São Francisco do Sul (Garuva e Itapoá) e Campo Alegre, para a formação de uma colônia, obrigando os imigrantes europeus, fugitivos de privações nas suas pátrias, a desbravar a mata atlântica e conquistar o manguezal imenso enfrentando os bugres, as feras, os mosquitos, a carência de instrumentos de trabalho e casas de alvenaria como as da terra que ficou para trás!? Foi uma epopeia! Uma conquista gloriosa! Uma prova de coragem e arrojo.

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Mas não teria sido muito mais fácil se os príncipes houvessem pensado em um principado, à imagem e semelhança dos de Mônaco e Liechtenstein? A Europa era toda dividida em baronatos, condados, ducados e principados; a Grécia era tribal e não aquela poetizada por Homero e glamourizada pelo cinema e a televisão.

Ainda éramos parte de um império, que durou até 1889, quando se proclamou a República e se mandou o imperador Pedro 2º e família para a Europa. Talvez tivesse sido, então, mandado para o principado do marido de Dona Francisca. E se veria o simpático imperador pedalando pela rua do Príncipe. O príncipe atracando o iate no cais Conde D?Eu.

Se se conquistou o Espinheiros?…