Como morador e empresário de Ubatuba, que frequenta as suas praias o ano inteiro, fiquei muito tranquilo com declarações do prefeito Renatinho, de São Francisco do Sul, sobre o aproveitamento da mais fotogênica ilha do Brasil pelas suas belezas naturais para o turismo, já que os royalties da Petrobras secaram com o lulopetismo e o porto público teve baixa arrecadação por causa da crise. Embora Lula continue afirmando o contrário e se jactando ter sido o maior e melhor presidente do País, além do mais honesto. Mas as declarações do prefeito são contraditadas pela Worldport, que quer fazer um porto particular, outro concorrente do estatal, nas praias de Capri e do Forte, com todos os problemas que traz para o município e para os frequentadores delas pelo ano inteiro. Não se pode confiar nem na Fatma, nem no Ibama, depois que a praia de Ubatuba foi zerada pelo Judiciário federal a pedido do primeiro.

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Como fica o Iate do Capri tão frequentado por seus sócios e por visitantes de toda a Terra? E o seu famoso restaurante comandado pela chef Geny ? E os moradores proprietários e locatários? Antes de tudo, os interessados devem buscar seus direitos preventivamente, examinando os documentos da Worldport, como o fizeram os da Laranjeira contra o estaleiro, derrubando o usucapião que lhes garantia o domínio da área, em prejuízo dos pescadores e suas famílias, há centenas de anos utilizando, proveitosamente, a área sem a poluir. Depois, não há que chorar o leite derramado.

O município tem novo prefeito, cuja palavra deve ser honrada, como cidadão em que o eleitorado acreditou para eleger. A palavra de um homem, uma vez lançada, voa irrevogável, dizia Horácio há mais de mil anos. E que tempo enorme uma palavra encerra, disse Shakespeare. Palavras que não hão de ter proveito aos homens, é melhor que a língua emudeça e o coração as diga – em silêncio – para Deus! E quais serão as palavras do Ministério da Marinha, do Exército e da Secretaria do Patrimônio da União? E quando começar o desmonte para o aterro do manguezal? É possível que, em São Chico, nem só a fé remova montanhas?