Quando Cláudio Tafarel nasceu, em 26 de agosto de 1998, o Brasil ainda lamentava a derrota diante da França na final da Copa do Mundo. Mas uma mãe, Carla Fabiane Antunes de Paula, estava convencida. O primeiro filho receberia nome e sobrenome do goleiro da Seleção Brasileira, que para ela não tinha culpa pelos 3 a 0 sofridos naquele 12 de julho.
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– O gol estava aberto – brinca a vendedora de uma loja de R$ 1,99 no Centro de Criciúma, para se referir aos filhos que chegariam além do primogênito.
O segundo, um ano depois, seria inspirado em um jogador do seu time. Batizado de Emerson, como o volante gremista, o menino faria a ligação entre a defesa e o meio-campo formado por Anderson, Riquelme e Kleberson.
Cinco filhos, todos com nomes de jogadores de futebol. A mãe é quem escolhe, pois acha bonito homenagear atletas que se destacaram.
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– Três são do primeiro casamento, dois do segundo. O pai deles, assim como o meu primeiro marido, também atendeu o meu desejo – conta.
A exemplo dos bons técnicos, Carla reconhece as características de cada um. O mais velho, Cláudio Tafarel, de 14 anos, prefere ouvir a falar e faz curso profissionalizante de Cozinha Industrial. Emerson, de 12, é inquieto. Vez ou outra, o aluno do oitavo ano precisa de um cartão amarelo para manter a concentração. Anderson, de 11, está no sétimo e é o que mais gosta de se comunicar.
– Meu padrasto vende gás numa empresa – diz.
Riquelme, de seis, estuda no primeiro ano.
– De todos, é o mais levado. Tem que ficar de olho, senão ele dribla a gente – avisa a mãe.
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Kleberson, de três anos, aluno do Maternal, completa o time.
A família mora no Bairro Cristo Rei. Os cinco meninos participam de atividades esportivas no Bairro da Juventude, que atende 1,5 mil crianças, adolescentes e jovens com educação infantil, ensino fundamental, laboratórios educativos, oficinas culturais e esportivas e educação profissional. Os garotos participam de atividades extracurriculares nas áreas de cultura, esporte e lazer, como oficinas de coral, orquestra, violão, artesanato, futebol de campo, futsal, tênis de campo, voleibol e jiu-jitsu.
A dedicação dos irmãos rende medalhas e faixas, que decoram as paredes do quarto, onde dormem em beliches. Resultam de competições com outros garotos. O quarto é organizado, com roupas, calçados e brinquedos todos arrumados.
– Isso aqui é como um time de futebol, e cada um sabe o que fazer para todo mundo sair ganhando – explica Carla.
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E que time.