Se a moda muda a todo o tempo, a responsável é a música. As duas sempre andaram de mãos dadas, quase se abraçando. Ao ditar tendências, impor estilos e gerar fãs, os estilos se mesclam e, às vezes, confundem-se.

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Quando se pensa na relação histórica entre moda e música, ícones como Marylin Monroe, The Beatles e Elvis Presley são logo lembrados. A loira de Hollywood ditou moda com a boca vermelha e o visual de pin-up. Os garotos britânicos influenciaram cortes de cabelo e Elvis popularizou a calça boca de sino. A modelo jamaicana Grace Jones rompeu o preconceito, estourou com a dance music e consagrou-se como cantora, nos anos 1980. Hoje, a italiana Carla Bruni é a referência para as modelos que buscam fazer sucesso também com o microfone.

A ligação entre moda e música sempre rendeu bons frutos para ambas as partes. Basta lembrar a canção Vogue, de Madonna, as produções excêntricas de Lady Gaga ou mesmo a colaboração entre os Sex Pistols e a estilista Vivienne Westwood. Na época, em 1971, ela era casada com Malcom McLaren, produtor da banda punk, e passou a produzir as roupas dos cantores. Rapidamente, a fama de Vivienne se espalhou e ela ficou conhecida como a “rainha” do punk.

Para a jornalista especialista em moda Maristela Amorin, a música extrapola limites geográficos e identifica uma comunidade. Ela diz que a trilha sonora se vale da moda para passar um comportamento adiante, ao passo que a música utiliza posturas, acessórios, roupas e estilos para transmitir a mensagem.

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– A maneira como nos comportamos por meio da música influencia a forma como nos vestimos. As calças coloridas do Restart saíram dos palcos e invadiram as ruas. A febre de as garotas voltarem a usar o vestido curtíssimo é obra da Amy Winehouse- comenta.

Moda e música são fenômenos culturais que se influenciam e se fundem, diz o jornalista e coordenador da Rede Itapema, Pedro Leite. Dotadas de carga histórica e emocional, as duas nascem a partir da percepção da realidade e de experiências em grupo.

– Uma é o suporte da outra. A moda olha para as ruas e materializa o conteúdo da música. Há muito, as modelos tentam estreitar ainda mais essa relação ao tentarem a sorte como cantoras – diz.

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Estreante nos palcos e veterana com os flashes

A catarinense de Florianópolis Juliana Santos, 27 anos, é uma delas. Estreante nos palcos e veterana com os flashes, ela quer realizar o sonho de fazer sucesso com a grande paixão. Nascida em uma família com o “ritmo” no sangue, mostrou a voz cedo nas festas em casa, no coral da igreja e, mais tarde, nos barzinhos. Aos 14 anos, quando menos esperava, foi descoberta por um booker em um shopping, na Capital. Raspou a farta cabeleira negra e, careca, fotografou em São Paulo, Argentina e Chile.

Agora quer deixar para trás a carreira de modelo e investir na gravação de um single, com influências da black music.

– Cantar era um hábito em casa e a oportunidade de me profissionalizar apareceu quando um amigo MC me convidou para gravar uma música com ele. Desde o ano passado, faço shows e estou escolhendo os batidas e acordes para o meu single – conta.

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Confira o vídeo com Juliana Santos cantando exclusivamente para o Donna