A empresa Caribor, fabricante de peças de borracha para o setor automotivo, encerrou as atividades da filial em Rio Negrinho, onde atuava há dois anos. A operação será centralizada na matriz, em Joinville.

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A fábrica parou na segunda-feira e a empresa já iniciou a transferência de máquinas.

A empresa informou que pagará as verbas rescisórias em até cinco parcelas. O compromisso será oficializado na Vara de São Bento do Sul, nesta quarta-feira à tarde, na presença do sindicato dos trabalhadores.

Segundo a empresa, o comunicado formal de rescisão ao colaborador ocorrerá durante todo o dia desta quinta-feira. Quando encerrou as atividades, a empresa contava com 57 funcionários, metade da equipe que iniciou o ano.

O gerente administrativo e financeiro da Caribor, Sidney de Souza, justificou a decisão como sendo uma necessidade de redução de custos em virtude da queda de faturamento no segmento de duas rodas.

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A filial atendia a montadoras e ao mercado de reposição dos estados de São Paulo e de Santa Catarina.

Para absorver a produção de Rio Negrinho (cujo volume não foi informado pela Caribor), Souza disse que a empresa vai abrir de 20 a 30 vagas em Joinville.

Sobre o aproveitamento de funcionários da filial na matriz, o gerente explicou que a distância, de 110 Km, torna a medida proibitiva em termos de custo.

O gerente reforçou que a decisão não afeta os negócios da matriz, que atende ao mercado automotivo de vários Estados do País.

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Preocupação

O presidente do sindicato dos trabalhadores das indústrias de papel, plástico, químicos e artefatos de borracha de Rio Negrinho e Região, Egbert José Klein, informou que a empresa vinha reduzindo o quadro de funcionários desde meados de junho.

Segundo Klein, a empresa responde processo por atraso no pagamento do condomínio onde está instalada, no valor de R$ 293 mil referente a 18 meses de aluguel, e os depósitos de FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço) dos funcionários de Rio Negrinho também estavam atrasados.

– A empresa quis evitar o despejo e a penhora de bens – disse Klein.

Na sexta-feira passada, os funcionários foram comunicados de que deveriam ficar em casa na segunda, terça e na quarta-feira e que voltariam a trabalhar na quinta-feira.

Porém, nesta segunda feira à tarde, o sindicato tomou conhecimento do inicio da retirada de “três grandes máquinas importadas, com valor estimado em aproximadamente R$ 250 mil, cada”, declarou o presidente da entidade.

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Nesta terça-feira, o sindicato ingressou com uma ação cautelar para evitar a retirada das máquinas e garantir o pagamento das obrigações. O pedido foi indeferido.

A entidade aguarda a audiência na Vara de São Bento do Sul, nesta quarta-feira à tarde, para ter certeza de que a companhia vai honrar o compromisso com os trabalhadores.