Os sindicatos dos aeronautas e aeroviários reafirmaram hoje que os atrasos e cancelamentos registrados nos últimos dias são reflexo de uma situação alertada pelas entidades há vários meses.
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Por causa disso, os trabalhadores do setor não estão mais realizando horas extras nem atuando em dias de folga, e o excesso de carga horária é um dos principais motivos para os problemas nos voos. Nessa semana, a medida causou transtornos especialmente para passageiros da TAM, que teve mais da metade dos voos atrasados ontem.
Conforme a presidente do Sindicato Nacional dos Aeroviários, Selma Balbino, os atrasos ocasionados por excessiva carga de trabalho começaram em agosto, atingindo a companhia Gol e voltaram a ocorrer em outubro, com a Webjet, e em novembro e dezembro com a TAM.
– Estamos cansados dessa situação. A Anac e as empresas foram alertadas e não tomaram atitudes. O ex-presidente Lula ficou oito anos no poder e não resolveu o problema da aviação. Torcemos para que a presidente Dilma tenha outra visão para o setor – disse.
Para o presidente do Sindicato Nacional dos Aeronautas, Gelson Fochesato, existem mais de 1,6 mil denúncias no Ministério Público do Trabalho, em Brasília, feitas por funcionários das companhias aéreas que cumprem além de sua carga horária. Segundo ele, a situação não é novidade, pois as empresas tiveram bons resultados durante o ano, mas não contrataram.
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– No mínimo, seriam necessários mais 15% de trabalhadores para normalizar o setor. Porém, só isso não basta. É preciso que as companhias cumpram a lei – afirmou.
TAM diz que que desconhece operação padrão
A TAM informou por meio de nota que opera “em segurança e com respeito à Lei do Aeronauta, com seus limites de jornada, horas mensais e folgas, e desconhece qualquer movimento como o relatado”.
Ainda de acordo com a empresa, no próximo dia 12, o Sindicato Nacional das Empresas Aéreas (SNEA) se reunirá com os sindicatos dos aeroviários e dos aeronautas para, como acordado no último dia 29, prosseguir a negociação do reajuste salarial.