Desde o início da segunda fase do processo de impeachment, a defesa de Dilma Rousseff considera a inclusão da delação de Sérgio Machado fundamental para rebater a acusação. Com a quebra do sigilo da colaboração, o ex-advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo, vai tentar novamente incluir os áudios no processo de impeachment.

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O objetivo de Cardozo é fortalecer a tese do “desvio de finalidade”, ou seja, de que atores políticos atuaram para realizar o impeachment não por razão de crime de responsabilidade, mas por um interesse particular. Nas gravações de Machado, um dos principais articuladores do impeachment, o senador Romero Jucá (PMDB-RR), foi flagrado sugerindo um pacto para “trocar o governo” e “estancar a Lava-Jato”.

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A defesa já havia solicitado a inclusão dos áudios uma vez. O presidente do STF e instância máxima no processo de impeachment, Ricardo Lewandowski, negou, alegando que o processo estava sob sigilo. Nessa quarta-feira, 15, a delação de Machado se tornou pública após a decisão do relator da Lava Jato, ministro Teori Zawascki. O objetivo de Cardozo é fazer novo pedido.

— O presidente Lewandowski, quando decidiu não aceitar o nosso recurso, disse que os áudios estavam sob sigilo. Nós vamos consultar a Procuradoria-geral da República (PGR) para verificar se há uma liberação total dos áudios e aí solicitar que esses áudios sejam encaminhados à comissão especial — disse.

Para Cardozo, os áudios podem mostrar que não há nada contra Dilma Rousseff e que o processo de impedimento da presidente tem por objetivo parar as investigações.

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